Duelo de “iguais” fecha a F-1 2003

Suzuka – Quando Michael Schumacher estreou na F-1 em Spa-Francorchamps, em meados de 1991, a algumas centenas de quilômetros dali um garotinho loiro entrava na pista para mais uma etapa do campeonato fin-landês de kart. Na categoria míni, para molecotes até 12 anos. Ainda com poucos troféus na estante de sua modesta casa de Espoo, ele jamais poderia sonhar que, mais de uma década depois, seria o único capaz de impedir aquele mesmo Schumacher de se tornar, de uma vez por todas, o maior piloto de todos os tempos.

Está nas mãos de Kimi Raikkonen, o garotinho loiro, a tarefa de barrar o hexacampeonato do alemão da Ferrari, conquista que, se confirmada, fará dele o único na história com tantos títulos, o maior moedor de recordes que a categoria já viu passar por seus 53 anos de história.

A missão de Raikkonen, que está em seu terceiro ano de F-1 e tem apenas uma vitória no currículo, é algo próximo do impossível. Primeiro, ele tem de vencer o GP do Japão, última corrida do campeonato, com largada prevista para as 2h30 de amanhã (horário de Brasília). É a parte mais fácil, na verdade. Difícil vai ser torcer para Schumacher, 12 anos de F-1, 70 vitórias e muitos etecéteras estatísticos na folha corrida, não terminar a prova. Ou, se terminar, para ficar abaixo do oitavo lugar.

Kimi é espantoso pela precocidade. Em 2000, quando Schumacher conquistou o tri e tirou a Ferrari da fila, ele corria na F-Renault inglesa e tinha disputado meras 23 corridas de carros quando chegou à F-1. Não se intimidou com ninguém, pulou para um time grande na sua segunda temporada e pode se tornar o mais jovem campeão de todos os tempos ao cabo das 53 voltas da prova de Suzuka.

Seja quem for o laureado, a taça estará em boas mãos. Ou fica com o calejado alemão, ou com o imberbe fin-landês. Farinha do mesmo saco. No fundo, o que separa Michael de Kimi é a idade e a capacidade que o primeiro teve de converter sua habilidade em conquistas, algo que o segundo está apenas começando a fazer.

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