Dólares da WNBA podem levar Janeth

A lateral Janeth, estrela principal do São Paulo/Guaru na conquista do Campeonato Nacional Feminino de Basquete – o time fechou o playoff decisivo contra a Unimed/Americana por 3 a 0, no domingo – , não esconde que poderá jogar mais uma temporada nos Estados Unidos. Apesar do projeto da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) de evitar a “exportação” de brasileiras para a WNBA entre junho e setembro, temporada que coincide com o calendário da seleção, Janeth, de 33 anos, não descarta a possibilidade de disputar sua sétima temporada pelo Houston Comets. As razões: reconhecimento, tem quatro títulos da WNBA, profissionalismo e salário em dólar.

Mas também pode ficar no Brasil para integrar a seleção que vai se preparar para os Jogos Pan-Americanos de São Domingo, na República Dominicana, e a Copa América, seletiva para os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004 (as Américas têm uma única vaga, que, teoricamente, será disputada por Brasil, Cuba e Canadá). Só que, para isso, a CBB terá de ter dinheiro para segurar as atletas, como Janeth deixa claro.

“Se houver uma boa programação para a seleção e o retorno financeiro merecido, que nunca tivemos…”, observa Janeth, dizendo que começará a negociar com a WNBA em fevereiro. “Foram quatro títulos em seis temporadas, o reconhecimento é grande, mais a chance de um contrato bom, em dólar, importante para quem tem 33 anos. Posso ir, mas também vou conversar com o Grego (Gerasime Grego Bozikis, presidente da CBB).”

A CBB também terá de impedir que outras atletas sejam atraídas pelos dólares da WNBA, evitando que a falta de preparação prejudique o Brasil como ocorreu no mundial da China, em 2002, qunado o time só treinou completo poucos dias antes do torneio. Hoje, são 13 as jogadoras “selecionáveis”, para o time principal ou o sub-21, que atuam no exterior: Iziane, Adriana Santos, Claudinha, Mamá e Kelly, na França; Cíntia, Adrianinha e Zaine, na Itália; Renata, Kátia Denise, Flávia e Jaqueline Godói, na Espanha, e Alessandra, na Coréia. Parte pode rumar para os EUA. Ontem, mais duas atletas, de Americana, anunciaram que seguem para a Espanha: Helen vai jogar no Zaragoza, e Silvinha, no Ibiza.

“As que estão na Europa não são problema. Voltam até abril. O complicado é a WNBA, que vai até setembro”, diz o técnico da seleção, Antônio Carlos Barbosa.

Janeth também pode continuar no São Paulo/Guaru para o paulista e o nacional, que começam após a WNBA.

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