Diretoria atleticana perde mais dois componentes

Em um dos momentos mais complicados do Atlético – lanterna do Brasileirão e com indefinições sobre as obras na Arena da Baixada para a Copa 2014 -, quando o discurso deveria ser de união de forças, o clube dá sinais de que está se esfacelando politicamente.

Ontem, o presidente Marcos Malucelli perdeu duas peças importantes da sua administração, com as saídas do 1.º vice-presidente Enio Fornea Júnior e da 2.ª vice-presidente Yara Eisenbach.

Ambos, segundo Malucelli, deixaram a diretoria por incompatibilidade de agenda com seus afazeres profissionais. Porém, informações vindas dos bastidores do Furacão dão conta de que a contratação do técnico Renato Gaúcho foi a gota d’água.

O treinador, que se apresenta amanhã ganhando um dos salários mais altos já pagos por um clube paranaense – R$ 400 mil e mais R$ 70 mil para o auxiliar técnico Alexandre Mendes -, chega sem que Enio Fornea tivesse concordado com os valores. Esse fato, somado a outros, é que causaram a renúncia do segundo homem na hierarquia rubro-negra.

O desgaste teria iniciado com a contratação de Guerrón, na metade do ano passado, que custou um milhão de euros, à época algo em torno de R$ 3 milhões.

Acrescente-se aí o fato de Malucelli ter dado plenos poderes aos ex-dirigentes Valmor Zimermann e Ademir Adur. Em seguida, o retorno de Geninho, o qual foi contratado com o voto vencido de Enio Fornea.

Até mesmo o insucesso de Adilson Batista no clube chateou o vice-presidente, por ter sido uma aposta dele mesmo. Outro fator que abalou as estruturas da diretoria atleticana foi a negociação que trouxe o uruguaio Santiago García – o El Morro – ao CT do Caju.

Enio Fornea, que além de vice-presidente era quem controlava a chave do cofre, teria autorizado a contratação de Martinucio, do Peñarol, e não da revelação do Nacional de Montevidéu.

Para acabar de vez com qualquer resquício de entendimento, Enio Fornea reprovava a predisposição de Marcos Malucelli delegar poderes excessivamente. Uma prova disso ocorreu na quinta-feira passada, no Engenhão, antes da derrota por 3 x 1 para o Fluminense.

O presidente realizou uma votação para saber quem os jogadores queriam de técnico. Renato Gaúcho foi quase unanimidade e Malucelli autorizou a contratação, custasse o que custasse. Fornea, então, decidiu entregar a chave do cofre.