Dino Zoff elogia longevidade de Buffon na Itália

Dino Zoff virou lenda na Itália em 1982. No jogo contra o Brasil de Zico, Sócrates, Falcão e companhia, que valia vaga na semifinal da Copa, ele garantiu a classificação da Azzurra com uma defesa espetacular em cabeçada de Oscar no último minuto, e manteve a segurança na meta até a conquista do título. Ele era o capitão da equipe e até hoje figura no livro de recordes dos Mundiais como o jogador mais velho a ter disputado uma final – tinha 40 anos e 133 dias. Por telefone, ele falou sobre a longevidade de Buffon no gol da Itália.

ESTADO – O senhor foi campeão do mundo aos 40 anos. Se Buffon continuar jogando na seleção até essa idade em 2018 se tornará o primeiro homem a estar presente em seis Copas do Mundo. Acha isso possível?

DINO ZOFF – Sim, como não? Se ele continuar cuidando do físico e mantiver a elasticidade pode chegar lá tranquilamente, porque a posição permite isso.

ESTADO – O que muda para um goleiro aos 40 anos? O reflexo diminui?

DINO ZOFF – Bem, se você se lembra daquela defesa que fiz no finalzinho do jogo contra o Brasil em 1982 deve concordar comigo que meus reflexos estavam em dia, não? Se o físico estiver bom, não é um grande problema para um goleiro jogar até os 40 anos.

ESTADO – Quais são as principais qualidades que o senhor vê no Buffon?

DINO ZOFF – Ah, ele é um goleiro completo. Tem boa colocação, elasticidade, reflexo, muita personalidade, sabe liderar a defesa… É uma referência na posição.

ESTADO – O senhor vê na Itália jovens com qualidade para substituir Buffon quando ele deixar a seleção?

DINO ZOFF – Sim, sem dúvida. Não se iluda pelo erro que Perin cometeu no amistoso aí no Brasil, porque ele é um jovem (tem 21 anos) de muito potencial e que vai brilhar. Também gosto muito do garoto Scuffet (de 18 anos, que estreou na Série A pela Udinese aos 17), ele tem tudo para ser um grande goleiro.

ESTADO – Há muito pessimismo entre os torcedores italianos sobre as chances da seleção na Copa. O que o senhor acha disso?

DINO ZOFF – Não faço parte desse grupo de pessimistas. A Itália se classificou com muita facilidade para o Mundial e tem ótimos jogadores. Na minha opinião podemos ir longe e até voltar para casa com o título.