Diego luta pelo título nos exercícios de solo

São Paulo – O ginasta Diego Hypólito, o mais destacado brasileiro da modalidade, quer fazer história hoje, no Ginásio do Ibirapuera, com um elemento novo – um duplo twist carpado com uma pirueta – em sua apresentação no solo. Se der certo, a nova acrobacia poderá ser homologada pela Federação Internacional de Ginástica com o nome Hypólito e valor F (grau máximo de dificuldade).

O ?frio na barriga? que Diego sente por mostrar a nova coreografia fica mais acentuado porque será o primeiro ginasta a entrar no tablado a partir das 16h, na Super Final da Copa do Mundo. Diego pediu ao público para que não se atrase e chegue a tempo de ver sua série, que abre a programação do torneio de dois dias, com os oito melhores ginastas do mundo em cada aparelho, de 25 países.

As finais de hoje serão no solo, cavalo com alças e argolas no masculino. No feminino, o Brasil ainda terá Laís Souza, no salto, e Daiane dos Santos e Daniele Hypólito, nas barras  assimétricas. Amanhã, a partir das 14h, as provas serão salto, barras paralelas e fixa, no masculino, trave (com Daniele Hypólito) e solo (com Daniele, Daiane e Laís), no feminino.

Até ontem foram vendidos 2.500 ingressos para hoje e 3.600 para amanhã. Ainda há muitos ingressos (a capacidade é de 9.500 por dia) disponíveis e podem ser adquiridos nas bilheterias do Ibirapuera.

Ontem, com a forte chuva que caiu em São Paulo, o teto do ginásio do Ibirapuera mostrou que ainda tem goteiras, mas para alívio dos organizadores elas estão apenas em cima das arquibancadas – a área do tablado escapou. A Confederação Brasileira de Ginástica empregou R$ 9 mil para tapar os buracos.

Diego não esconde que sempre fica nervoso por ser o primeiro, mas isso ?é apenas mais um obstáculo?, avalia. ?O Diego é o rei do sorteio?, brincou o técnico Renato Araújo. ?Se for bem, joga a responsabilidade para os adversários. Se não, os outros podem até mudar a série?, observa Renato, confiante de que Diego possa repetir os pódios da etapa da Copa do Mundo do Rio, em 2004, quando ganhou dois ouros, no solo e no salto. Em 2005, na etapa de São Paulo, com o pé quebrado, não competiu.

?Ele está preparado e com uma série perfeita certamente pode ganhar o ouro?, acrescenta o técnico, que está com Diego há 12 anos. Diego, campeão mundial (2005) e vice (2006) no solo, fez duas vezes o movimento Hypólito, mas não cravou na aterrissagem do salto, o que significaria perda de um décimo numa série que terá nota de partida 16,70. ?Se ele não ganhar o ouro, vai ficar uma pontinha de descontentamento porque a prova é no Brasil?, diz Renato.

Os principais adversários são os canadenses Kyle Shewfelt, campeão olímpico em Atenas (2004) e medalha de bronze no Mundial da Dinamarca, este ano, e Brandon O?Neill, campeão pan-americano em Santo Domingo (2003).

Beth Tweddle, a favorita nas assimétricas

São Paulo – Campeã mundial das barras paralelas assimétricas, a britânica Elizabeth Tweddle é a principal rival de Daniele Hypólito e Daiane dos Santos na final do aparelho.

Aos 21 anos, a ginasta nascida em Liverpool atravessa a melhor fase de sua carreira. Venceu o Mundial da Dinamarca, em Aarhus, em outubro. Em sua primeira Super Final de Copa do Mundo, competindo em seu país, na cidade de Birmingham, ela ficou com a medalha de prata. Agora, quer o título para fechar o ano com chave de ouro.

?Estou muito bem para a final das barras. Tive um ano excelente? diz a atleta que, de 1998 para cá, vem lutando contra contusões. ?Fiz cinco cirurgias no pé esquerdo. E tenho três pinos. Às vezes meu pé dói. Mas já me acostumei com a dor. Faz parte da minha rotina de atleta?, acrescenta.

Sua força física e altura destoam das demais ginastas da competição. A garota tem 1,59m e 52 quilos. Para efeito de comparação, Daiane mede 1,46m e 41,8 quilos, enquanto a chinesa Fei Cheng, grande estrela da competição, ostenta 1,51m e 41 quilos.

Tweddle garante que esses fatores não a atrapalham. Nem mesmo suas pernas mais compridas que as das concorrentes são empecilho nos exercícios de ligação da barra menor para maior.

Atleta de um país sem tradição na ginástica, Elizabeth torce por um grande público no ginásio do Ibirapuera. Além das assimétricas, competirá no solo, prova que terá também as brasileiras Daiane, Daniele e Laís Souza.

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