Barcelona e Santos teriam tudo para fazer um grande clássico do futebol mundial, como de fato já protagonizaram. Mas o jogo desta sexta-feira, a partir das 16h30 (horário de Brasília), no Camp Nou, não é mais do que um amistoso de luxo com um objetivo específico: apresentar à torcida do Barça sua maior contratação da temporada, o ex-santista Neymar, que finalmente formará dupla com Messi.
O que se espera na Espanha é uma equipe do Barcelona desmobilizada, ainda em início de temporada, e um Santos desfigurado em relação ao último confronto entre os dois, o Mundial de Clubes de 2011, no Japão, quando a vitória espanhola foi por 4 a 0. Mesmo assim, o confronto terá casa lotada para a primeira exibição da tão esperada nova dupla de astros do Barça.
O Barcelona fez todo o necessário para promover o jogo, apresentando Neymar como uma nova estrela da equipe na temporada de 2013/2014. Na véspera do amistoso, o ex-santista até posou para as câmeras da Barça TV já empunhando o Troféu Joan Gamper – o “título” que Barcelona e Santos disputarão no confronto desta sexta.
Para a equipe de Messi e Neymar, que conta também com astros como Xavi e Iniesta, trata-se sobretudo de um amistoso, por mais que o atacante brasileiro diga considerá-lo uma “final da Liga dos Campeões”. Mas a imprensa espanhola aguarda ansiosa pela primeira exibição do novo Barcelona – no amistoso da última terça-feira, na Polônia, quando Neymar entrou em campo e fez sua estreia, Messi já tinha sido substituído. O jornal esportivo Mundo Deportivo chegou a chamar a 47ª edição do Torneio Joan Gamper de “quase histórica”.
Outro atrativo para a torcida local é prestar homenagem a Antoni Ramallets, astro histórico do Barcelona, com 384 partidas disputadas pelo clube entre 1947 e 1962, que morreu na última terça-feira aos 89 anos.
Se para o Barcelona trata-se de um dia de festa e homenagens, para o Santos o tom é outro. O time vai a campo com sua força máxima, reforçada pelo recém-contratado atacante Thiago Ribeiro, que assume o lugar de Giva na única mudança feita pelo técnico interino Claudinei Oliveira em relação à escalação na derrota para a Ponte Preta, no último sábado, pelo Brasileirão.
Segundo o treinador, jogar no Camp Nou contra um time de estrelas é uma chance singular na carreira de todos no Santos. “Não existe momento ruim para jogar com o Barcelona. Sempre que tivermos a oportunidade de enfrentar uma equipe dessa grandeza, será excelente”, disse Claudinei Oliveira. “Por mais que seja um jogo amistoso, é especial. E peço a meus atletas que a encarem como uma partida especial.”
O jogo será o primeiro entre as duas equipes desde a vitória por 4 a 0 do Barcelona na final do Mundial de 2011. Nenhum dos dois está mais no auge, mas ninguém tem dúvidas de que o Santos de hoje perdeu mais em relação a um ano e meio atrás.
Claudinei Oliveira admitiu que o Santos vive um momento de transição e lembrou que o time então treinado por Muricy Ramalho, esmagado pelo Barcelona de Messi naquela final, tinha Neymar, Paulo Henrique Ganso e Elano. Ainda assim, garantiu confiar no empenho dos garotos recém-promovidos da base que se apresentarão nesta sexta-feira. “Temos jogadores mais jovens, mas muito comprometidos, que se dedicam 100% a todos os treinamentos e jogos”, ressaltou o técnico. “Vamos procurar fazer um jogo de igual para igual. Sabemos que é difícil bater o Barcelona no Camp Nou, mas vamos tentar fazê-lo.”
Questionado sobre como enfrentar o time de Messi e Neymar, o treinador contou ter pedido ao seu time para encurtar a marcação, aproximar as linhas defensivas e explorar os possíveis pontos fracos do Barcelona, como a falta de ritmo no início da temporada. Mas reconheceu que não terá muito a fazer se a dupla estiver em um grande dia. “São jogadores que decidem o jogo quando estão bem. Não tem marcação que resolva. Não adianta se preocupar em pará-los”, admitiu Claudinei Oliveira. “Se eles estiverem em um dia bom, um dia brilhante, não tem quem pare.”
