Uma das principais virtudes do Paraná Clube na conquista do campeonato paranaense foi o entrosamento do time principal. Mas, sem contar com quatro de seus destaques, o tricolor não soube vencer as dificuldades e acabou sendo derrotado pelo Juventude por 1×0, ontem, no Alfredo Jaconi.
Logo na primeira partida do Brasileirão, o Paraná teve a sua faixa de campeão ?carimbada?.
Um jogador ?de fora?’ acabou se tornando decisivo na partida. Minutos antes do início do jogo, uma forte neblina tomou conta da região central de Caxias do Sul. Além de estar localizado no centro da cidade, o Alfredo Jaconi fica em uma baixada, e com isso o estádio ficava completamente tomado pelo "fog?, como dizem os londrinos. Clima mais do que habitual para os gaúchos, situação inusitada para os paranaenses.
Ainda mais para um Paraná Clube que sofria com os desfalques de Neguete, Maicosuel, Emerson e principalmente Flávio. A força de conjunto, que foi decisiva no paranaense, acabou se esvaindo, e o ambiente desfavorável deixou o Juventude com vantagem na primeira etapa. O tricolor tinha dificuldades, e os donos da casa abriram o placar em um lance contestado – uma falta que não teria acontecido. Lauro cobrou, a defesa parou e Fabrício subiu livre para marcar.
O Paraná começou a melhorar no ritmo da neblina – quando ela começou a subir, o time cresceu na partida. Mas ainda era pouco para ameaçar o gol de André, até porque Leonardo era muito marcado. Em contrapartida, Éder Ceccon e Giancarlo criavam boas oportunidades, chegando até a acertar a trave de Marcos Leandro. Caio Júnior, preocupado, mandou os reservas para o aquecimento antes mesmo do final do primeiro tempo. "Vou ter que cobrar os jogadores", reclamou.
O treinador voltou para a segunda etapa com Vandinho no lugar de Marcelinho – ficariam dois atacantes (Leonardo e Vandinho) com um armador (Sandro) com a obrigação de se aproximar do ataque. A alteração surtiu efeito, e o Paraná passou a dominar a partida, mas as chances criadas foram desperdiçadas. Além disso, não havia como sair da violência do Juventude, que exagerava nas faltas e jogadas bruscas.
Mas havia problemas que Caio Júnior não conseguia resolver: os inúmeros erros técnicos do time. Excesso de passes errados, falhas na saída de jogo e um inexplicável posicionamento em linha dos três zagueiros. Com tantas dificuldades, o tricolor pouco arrematou, e chutando pouco seria muito difícil buscar o empate – por mais que tivesse melhorando do primeiro para o segundo tempo. No último lance, o árbitro José Henrique de Carvalho não marcou pênalti em Beto, jogada que causou muita reclamação de Caio Júnior.
Com a vitória, o Juventude encerrou uma série de quatro partidas sem vitória – e terminou com a invencibilidade de dez jogos do Paraná, que agora terá a chance de reabilitação no brasileiro contra o Botafogo, domingo que vem, no Pinheirão.
CAMPEONATO BRASILEIRO
JUVENTUDE 1×0 PARANÁ CLUBE
Juventude: André; Raulen, Igor, Fabrício (Rafael) e Zé Rodolpho; Walker, Vanderson, Lauro e Wellington; Éder Ceccon (Felipe) e Giancarlo (Renan). Técnico: Hélio dos Anjos
Paraná: Marcos Leandro; Gustavo, João Paulo e João Vítor (Éder); Goiano, Rafael Muçamba (Élton), Beto, Sandro, Marcelinho (Vandinho) e Edinho; Leonardo. Técnico: Caio Júnior
Súmula
Local: Alfredo Jaconi (Caxias do Sul-RS)
Árbitro: José Henrique de Carvalho (SP)
Assistentes: Geraldo José Vollet Pinheiro (SP) e Marcelo Carvalho Van Gasse (SP)
Gols: Fabrício 17 do 1º
Cartões amarelos: Igor, Giancarlo, Vanderson (JUV); Rafael Muçamba, Beto, Sandro, Élton (PR)
Cartões vermelhos:
Renda: R$ 22.132,50
Público: 3.188 pagantes