Desde 2007, o Tricolor não encontra um legítimo camisa 9

Há seis temporadas, um dilema aflige os tricolores. Onde encontrar um “homem-gol”? O último grande artilheiro do Paraná Clube passou pela Vila Capanema em 2007, ainda em tempos de Série A. Desde então, dezenas de atacantes vestiram a camisa tricolor, mas nenhum deles conseguiu conquistar a confiança do torcedor. Neste ano, muitos creditam à ausência de um camisa 9 efetivo a campanha apenas razoável na Série B, com um modesto 10.º lugar e 50 gols marcados – apenas o 11.º ataque da competição.

O ano até parecia promissor. Mesmo diante de um calendário atípico – o clube só estreou em março, na Copa do Brasil -, o Paraná apostou em Nilson e Douglas Tanque, revelações de Vasco e Corinthians. Só que a expectativa em torno da dupla não se confirmou. Ricardinho sofreu desgaste por tanto pedir uma nova opção para o ataque. Mais de dez opções foram tentadas, entre eles jogadores como Willian Batoré e Élton, mas a falta de recursos impediu qualquer contratação. Uma herança também sentida por Toninho Cecílio.

Com o fim do prazo para novas inscrições, o treinador efetivou Arthur na posição. Na reta final, tentou “ressuscitar” Wellington Silva, mas as apostas não surtiram o efeito desejado. Resultado: mais uma vez o Tricolor fecha uma temporada carente de um verdadeiro goleador. Em 2007, Josiel balançou as redes 20 vezes ao longo do Brasileiro. Mesmo com o Paraná rebaixado, o atacante foi o artilheiro da Série A, garantindo valorização e uma transferência milionária para o futebol árabe.

Desde então, o Tricolor vive a “maldição” da camisa 9. Sem dinheiro, vem fazendo aposta atrás de aposta, sem conseguir garimpar um artilheiro. Em 2008, ainda sob os efeitos do descenso, o Paraná iniciou a temporada com Massaro, que havia tido bom desempenho no Rio Branco de Paranaguá. A aposta não vingou e o clube foi buscar o “Tanque” Fábio Luís. No fim, apostou em Gilson, repatriou Leonardo e investiu em Éder. Nenhum deu a reposta esperada e o artilheiro da equipe na Série B foi Ricardinho, que ajudou o time a escapar da Terceirona.

Em 2009, a história não foi muito diferente. Wellington Silva, então revelação do Marília, teve participação razoável no Estadual. No Brasileiro, Alex Afonso e Adriano não deram conta da missão e Marcelo Toscano, contratado como lateral, virou atacante e foi o artilheiro da equipe, com 10 gols. Toscano também começou 2010 como principal referência ofensiva do Paraná. Na Série B, o clube até tentou melhorar o desempenho do time com Leandro Bocão. Mais um tiro no pé. Pior: com a saída de Marcelo Toscano, Somália, Anderson Aquino, Rodrigo Pimpão e até Willian (meia de origem) tiveram que se desdobrar no ataque.

O pior, porém, estava por vir. Em 2011, Roberto Cavalo conseguiu montar o pior time da história do Paraná. E aí, a camisa 9 sobrou para Zé Paulo e Renato. Tentando mudar uma história de final trágico (o rebaixamento no estadual) a diretoria foi buscar Léo, no Internacional. Para o Brasileiro, trouxe Giancarlo e Hernane, mas nenhum deles conseguiu dar a resposta esperada. Desta vez, a bola está com Alex Brasil, cuja missão é resgatar a tradição do clube, que já teve artilheiros do porte de Saulo, Washington, Ilan, Borges, Renaldo e Josiel.