O “pedido de socorro” do técnico Dado Cavalcanti reabriu feridas e deixou no ar um clima de incerteza quanto ao futuro do Paraná Clube. Com salários atrasados e sem perspectivas de grandes receitas, os próprios dirigentes admitem a dificuldade na manutenção do projeto de recolocação do Tricolor na elite nacional. Presidente em exercício, Paulo César Silva admitiu que tudo poderá ruir caso não haja uma mobilização de todos em torno deste grupo de atletas, que a cada rodada comprova o seu valor.

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Desde 2008, quando disputou sua primeira Série B na “era” dos pontos corridos, nunca o Paraná flertou tão intensamente com o acesso. Nas cinco temporadas anteriores, houve lampejos, mas as campanhas não se sustentaram por conta de carências do grupo e da própria estrutura do clube, frágil em momentos decisivos. A declaração de Dado Cavalcanti após a vitória consistente diante do Boa Esporte (3×1) agitou os bastidores do clube, mas ainda sem uma resposta concreta de empresários e torcedores.

“Precisamos destes verdadeiros paranistas. O grupo está incomodado com essa situação, mas em momento algum esmoreceu. Seguimos com o nosso trabalho, mas precisamos de apoio”, disse Dado Cavalcanti, mostrando-se totalmente engajado no sonho do acesso. O treinador já declinou de vários convites e acredita que, apesar de toda a dificuldade, tem grandes chances de continuar sendo protagonista, como vem sendo até aqui. A diretoria preferiu não aprofundar o assunto e se limitou a dizer que até o fim de semana espera quitar a folha integral de junho, incluindo nessa conta todos os funcionários.

Quando o tema dinheiro vem à tona, logo os paranistas recordam 2010, quando o Tricolor chegou a liderar a Série B, mas não conseguiu equilibrar finanças e logo se viu obrigado e negociar peças-chaves e a queda técnica se confirmou. Desta vez, a qualidade do elenco é superior.

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Apesar dos constantes pedidos de jogadores e integrantes da comissão técnica – e dos resultados positivos, que por si só já deveriam ser um grande atrativo – o Paraná, nesta Série B, não conseguiu levar mais do que 5.908 pagantes em um jogo. O recorde aconteceu na partida frente ao Ceará, dia 27 de julho. Se o torcedor entendeu a mensagem (e o apelo) de Dado Cavalcanti, só será possível medir na semana que vem (dia 24 de agosto), quando o Tricolor recebe o Sport, em mais um “jogo de seis pontos” nesta Série B.