Derrota no clássico foi uma lição amarga para o Coxa

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Cuca foi muito criticado por escalar Rafinha no meio-campo.

O Coritiba deixou ao léu, em apenas noventa minutos, muitas das certezas adquiridas nas primeiras dez rodadas do Campeonato Brasileiro. O bom rendimento defensivo, a forte marcação, a velocidade, a movimentação e a vontade apresentadas pela equipe até domingo tornaram-se, após a derrota no Atletiba, em profundos questionamentos. Para piorar, o clássico evidenciou ainda mais os dois principais problemas do time: a falta de tranqüilidade e as falhas técnicas. Lições que vieram da maneira mais difícil para jogadores e comissão técnica e que doeram na alma dos torcedores.

A semana será longa e de muita conversa. O técnico Cuca, que foi criticado pela colocação de Rafinha pelo meio-campo, terá que reanimar o elenco. "Eles estão como qualquer jogador que perde um clássico. Estão tristes, chateados e pensando em se recuperar o mais rápido possível", comentou o treinador, que definiu este momento como o "aprendizado da dor". "É assim que acontece, da pior forma possível. Agora vamos tirar as lições do que ocorreu".

E se o Coxa teve equívocos táticos no Atletiba, não teve na qualidade técnica um alento. Muito pelo contrário: Cuca saiu reclamando muito dos erros de finalização e dos passes, que mais uma vez atrapalharam a equipe – mas ontem preferiu amenizar o discurso. "Não dá para ter uma noção ainda", argumentou.

Só que este, agora, tornou-se apenas mais um dos problemas para Cuca administrar. A derrota para o time reserva do Atlético aumentou a pressão sobre o grupo, que passa a ter a obrigação de conseguir bons resultados e se recuperar no Campeonato Brasileiro – os bons resultados anteriores, que fizeram o Coxa chegar aos 16 pontos, ficaram ?escondidos? na 12.ª posição.

E para curar as feridas abertas depois da derrota, o primeiro passo será recuperar o espírito de competição. O fracasso do Atletiba foi resumido por Caio, que entrou no segundo tempo e foi um dos poucos destaques do Cori. "Acho que faltou vontade para a gente. Eles tiveram mais vontade de vencer e o resultado prova", atirou. "Não creio que este tenha sido o problema", refutou Cuca. "Acho que desta vez algumas peças que renderam bem no passado não estiveram bem", completou.

Elas precisarão render no domingo, contra o Botafogo -jogo que já tem onze mil ingressos vendidos antecipadamente e que terá um público ansioso pela resposta do grupo, bastante cobrado nas últimas horas. "Acho que nossa única solução é o trabalho. Precisamos recuperar o que não apresentamos no clássico, principalmente no primeiro tempo", finalizou Cuca.

Cobrança

A diretoria do Coritiba deverá cobrar do elenco e da comissão técnica durante a semana. Segundo pessoas ligadas ao comando do clube, a irritação veio não só pela derrota para o Atlético, mas também pela forma que o time perdeu.

Cuca não comenta confusão com Lopes

O entrevero de domingo no Joaquim Américo, entre os torcedores do Coritiba e os técnicos Antônio Lopes e Cuca, repercutiu mal para todos os envolvidos. E o treinador coxa-branca preferiu ontem falar pouco sobre o assunto, como se o sublimasse, atribuindo o caso ao calor do Atletiba.

Cuca não quis nem relatar o fato. "O que aconteceu foi o que eu falei ontem (domingo)", afirmou ele, que foi cobrar do Delegado gestos obscenos feitos para a torcida alviverde. "Não vou ficar comentando este assunto. Para mim, faz parte do passado", resumiu o técnico.

Ele, que foi comandado por Antônio Lopes no Santos, em 1993, fez referências respeitosas ao treinador do Atlético durante a semana que antecedeu o clássico, e antes do jogo os dois se cumprimentaram amistosamente. O Delegado, que disse achar normal o fato de enfrentar o ex-clube, também foi elogiado pelos jogadores do Cori semana passada. "A gente tem uma dívida de gratidão enorme com ele", afirmou o capitão Reginaldo Nascimento.

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