Depois de oito rodadas do Campeonato Brasileiro, os principais responsáveis pelos gols de seus times estão divididos em dois grupos distintos. Há os que ?estão de bem com a torcida?. Outros, andam causando profunda irritação. André (Vitória), Kléber (Atlético-PR), Luís Fabiano (São Paulo) e Márcio (Paraná) estão no primeiro grupo. No lado oposto, Romário é o líder da turma dos artilheiros em má fase, onde tem a por enquanto discreta companhia de Dodô (Palmeiras) e Deivid (Corinthians), entre outros.
O mineiro André, do Vitória, havia feito sete gols até esta quinta-feira, antes da partida contra o Santos. Mas é um jogador irregular. Marcou três vezes contra o Goiás, quatro contra o Paysandu, e passou em branco nas outras quatro ocasiões em que atuou. Por isso, às vezes é criticado. E aproveita os dias em que está inspirado para responder. ?É dessa maneira que respondo aos que me criticam?, disse André, de 22 anos, após os gols que fez contra o Paysandu.
Kléber não tem esse problema. Está no Atlético-PR desde 1999 e vira-e-mexe, faz os seus golzinhos. Neste Brasileiro, já marcou seis vezes. Ele, porém, sabe que não pode se descuidar. ?Jogador de ataque vive de marcar gol.?
A falta de gols é o problema atual de Romário. Chegou ao Fluminense prometendo gols, fez dois na estréia, dois na terceira partida e a fonte secou. Está em jejum há cinco jogos e não consegue chegar a seu centésimo gol em Brasileiros. Teve a chance de atingir a marca contra o Flamengo. Perdeu um pênalti. Um papelão para quem prometera fazer um gol de barriga em homenagem ao técnico Renato Gaúcho. Pior: o Fla ganhou por 5 a 2.
Mesmo consagrado, Romário não escapa da desconfiança que persegue artilheiro que não faz gol. Os torcedores já criticam a sua contratação. Dizem que ele pouco se importa com o time. Nesta quinta-feira, por exemplo, não foi treinar. Em seu contrato há uma cláusula que lhe dá folga obrigatória no dia seguinte aos jogos.
Deivid e Dodô estão em melhor situação. O primeiro ainda tem crédito com os corintianos, pois foi artilheiro da equipe no primeiro semestre. Mas em sete partidas fez apenas dois gols. Já Dodô fez só quatro jogos pelo Palmeiras. Bem ou mal, marcou dois gols. Para os dois, porém, o sinal amarelo já começa a piscar.