Definidas as punições para as ?brigonas? do handebol

Reunidos na noite de quarta-feira, os membros da Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) julgaram a súmula do tumultuado jogo entre Metodista/São Bernardo e Adasa/Guarulhos, pela semifinal da liga nacional. Depois de mais de duas horas de julgamento, os auditores, invocando os artigos do CBJD, resolveram penalizar severamente quase todas as atletas e dirigentes indiciados.

O processo teve como relator o advogado Vinícius Franco Duarte. Esperado com certa expectativa pelos dirigentes e atletas dos clubes envolvidos, o julgamento teve início com a apresentação do tape do jogo. A fita foi vista à exaustão, revista em câmera lenta, quadro a quadro e com o recurso de congelamento da imagem, a pedido dos auditores.

Na defesa da Metodista, o advogado Leonardo Laporta Costa procurou evitar para suas atletas uma punição mais severa e eximir de culpa nos conflitos a equipe da Metodista. O advogado Tadeu Corrêa, na sua peça de defesa, procurou reduzir o grau de envolvimento das atletas e assistente técnica da Adasa/Esporte Guarulhos, levantando a tese de desencontro de informações entre a súmula do jogo e o relatório dos árbitros.

No entanto, quase todos os envolvidos foram punidos com pena máxima, suspensão de 540 dias, mas foram também favorecidos com os benefícios da lei. Os demais auditores acompanharam o voto do relator.

Ana Paula Rodrigues (Guarulhos) foi penalizada com 540 dias, teve a pena reduzida em 1/3, passando a 360 dias e depois à metade, ficando em 180 dias. Com o benefício da conversão, algumas atletas tiveram redução da pena à metade, com a prestação serviços sociais à comunidade. Dessa forma, Ana Paula terá que cumprir a pena de suspensão de 90 dias, a contar da publicação do acordo.

A mesma pena foi aplicada às atletas Tayra Rodrigues (Metodista), Rosemeire Clementino Macedo (Guarulhos) e Ana Maria (Guarulhos). Lílian Zonta (Guarulhos) recebeu a pena máxima, mas não teve o benefício da conversão e, assim, cumprirá 180 dias de suspensão. Jaqueline Anastácio (Metodista) foi punida com 180 dias, pena reduzida a 150 e compensada pela prestação de serviços: vai cumprir 75 dias de suspensão. A equipe da Metodista/São Bernardo foi punida com multa pecuniária de R$ 10 mil, depois reduzida a R$ 5 mil.

Os advogados Tadeu Corrêa e Leonardo Costa acharam normal a penalização, mas convergem em um ponto: ?Não se pode iniciar uma punição com a pena máxima, como aconteceu, principalmente para réu primária como são essas atletas?, comentou Tadeu Corrêa. ?Considerei o resultado normal, mas, além do fato de se iniciar com a pena máxima, discordo da multa aplicada à Metodista. Acho que poderia ser mais branda?, disse Leonardo Costa.

Livres

O relator do processo analisou a participação de cada um dos envolvidos no tumulto e foi favorável à absolvição de Fia, com base no artigo 257, por considerar que a atleta não teve envolvimento no tumulto, e à extinção do processo contra os assistentes técnicos da Metodista, Daniel Suarez, e de Guarulhos, Margarida Conte.

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