O Atlético pode ser considerado o favorito, ter a vantagem de jogar por dois empates, estar há 19 jogos invictos, mas a receita do técnico Mário Sérgio para conquistar o campeonato paranaense será a raça, acima de tudo. Nada de salto alto, nem de jogar pelo regulamento, principalmente por se tratar de uma final contra o arquirrival. O mandamento no CT do Caju é manter o ritmo e lutar muito para deixar o 21.º caneco do estadual na Baixada.
“Eu não acredito muito em vantagens. Num clássico, as vantagens desaparecem e ganha aquele que tiver mais fibra e mais raça”, aponta o treinador rubro-negro. De acordo com ele, a parte tática utilizada ao longo da competição fica em segundo plano nos momentos decisivos. “O que vale é a postura e a atitude do time. Se o nosso time tiver atitude de campeão, vai ser campeão”, projeta.
Mesmo com uma invencibilidade de 19 jogos, Mário Sérgio quer trabalhar apenas com o próximo jogo e evitar qualquer tipo de “já ganhou”. “Nós nunca trabalhamos com isso. Invencibilidade para nós é irrelevante, o que importa é o nosso ambiente, nossa conduta como profissionais”, destaca. Segundo ele, o profissionalismo do elenco tem sido fundamental para a campanha até aqui. “A conduta desse time tem sido extremamente adulta, não tem meninos e por isso nós estamos chegando à final. Quem vai ganhar, infelizmente, eu não sei e pode até não ser o melhor”, elogia.
Mais suspense
Para o primeiro confronto, o técnico ainda não sabe exatamente como vai colocar sua equipe em campo. “Na semana passada eu testei dois ou três times até me convencer que o melhor para jogar contra o Londrina era aquele que entrou em campo”, diz. No jogo de sábado, a tendência é de que a equipe que começou o segundo tempo da partida contra o Londrina seja a escolhida para o clássico, mas algumas surpresas podem acontecer. “Vai entrar aquele time que me convencer no dia-a-dia que é o melhor para enfrentar uma equipe do potencial do Coritiba, que merece todo o nosso respeito”, discursa.
A reapresentação está programada para hoje à tarde no CT do Caju. Logo após os trabalhos, os jogadores relacionados para a partida já entram em regime de concentração. As novidades para o primeiro jogo da final podem ser o zagueiro Rogério Correia, o meia Adriano e o volante Ramalho, que se recuperam de lesões.
Rubro-Negro disputa invencibilidade de 20 jogos
Com a vitória sobre o Londrina por 3 a 1, domingo, o Atlético chegou ao seu 19.º jogo sem perder e disputa a final com um retrospecto favorável. Esta já é uma das melhores seqüências sem conhecer derrota de uma equipe paranaense na história e o Rubro-Negro já começa a se aproximar do seu próprio recorde. O feito atual inclui partidas do Brasileirão de 2003, Sesquicentenário e estadual deste ano.
A melhor seqüência aconteceu em 1982, quando disputou 26 partidas no estadual sem perder. Foram 39 partidas e apenas duas derrotas, para Paranavaí e Londrina. Comandado pelo casal-20, Washington e Assis, o clube da Baixada chegaria a mais um título. Depois de 1982, o Furacão chegaria a 23 jogos invicto em 2000, incluindo partidas do estadual e da Copa Libertadores.
Para variar, a terceira melhor campanha pertence também ao Atlético, desta vez dividida com o Coritiba. O Rubro-Negro chegou a 21 jogos invictos em 1929 e 1930, conquistando o bicampeonato estadual sem perder nenhuma partida. Já o Alviverde, alcançou o mesmo número de partidas invictas em 1973. Depois disso, vem o Coritiba de 1975 e o Paraná de 1993 com 20 jogos e, na seqüência, Coritiba de 1976, Paraná de 1990 e o Atlético de 1996 e o atual com 19 jogos sem perder.