Decisão da Stock fica para Interlagos

São José dos Pinhais – Quatro pilotos vão brigar pelo título do Campeonato Brasileiro de Stock Car V8 dia 30, em Interlagos. Como o treino de classificação já prenunciava, a corrida disputada ontem, no Autódromo Internacional de Curitiba, foi cheia de emoções e terminou com a vitória de Guto Negrão (Medley/A. Mattheis). Com o resultado, o piloto diminuiu a diferença na classificação geral para o líder do campeonato, David Muffato (Repsol/Boettger), que saiu da prova na primeira volta.

A disputa foi particulamente ruim para Muffato (138 pontos), que com a vitória em Curitiba garantiria o título por antecipação. “Paguei o preço pelo erro no treino de classificação”, declarou, lembrando que saiu da décima posição. O piloto diz que não teve como evitar a batida na traseira com Antônio Jorge Neto (Medley/A. Mattheis) na saída da primeira curva, quando considerava já estar livre de maior risco de acidentes. “O Neto freou muito forte na minha frente. Fui falar com ele depois da corrida e ele me explicou que aconteceu porque frearam na frente dele.”

O novo vice-líder Guto (126 pontos) foi só bom humor na hora de analisar sua vitória. “Ultrapassagens não fiz muitas. A maioria das posições que ganhei foi do pessoal que fazia confusão na minha frente”, disse o piloto, fazendo referência aos muitos acidentes da corrida.

Apenas 11 dos 28 carros cruzaram a linha de chegada e o vencedor, assim como a maioria dos outros pilotos, tinha problemas mecânicos.

O segundo colocado foi Carlos Alves (C. Alves Competições), que já não briga pelo título, mas comemorou os progressos de sua equipe e o resultado em uma prova muito concorrida. “Até porque tive de trocar o regulador de combustível no grid e não pude regular a pressão, o que fazia meu carro apagar direto nas saídas de curva.”

O único descontente era Cacá Bueno (Petrobrás/RS), que largou e chegou em terceiro. “Foi uma corrida boa de ser assistida, mas fiquei chateado porque tinha um carro com condições para ganhar a prova”, avaliou. Ao mesmo tempo, o piloto admitiu que as muitas bandeiras amarelas durante a prova o favoreceram. “Senão não tinha ficado em terceiro.”

Cacá (125 pontos) fez uma emocionante ultrapassagem na linha de chegada sobre Raul Boesel (Repsol/Boettger), que liderou a maior parte da prova, teve problemas de câmbio e ficou em quarto lugar por 0,017 seg. “Mas acho que não corri riscos. O Raul não iria me jogar no muro”, concluiu o piloto, único que terá de descartar pontos das duas piores corridas do campeonato (dois pontos).

Quem teve maiores motivos para comemorar foi Ingo Hoffman (Filipaper Racing). “Saímos das cinzas”, declarou o piloto (123 pontos), que largou em último e terminou em quinto, mantendo suas chances de chegar ao 13.º título da carreira.

Sobre a próxima etapa, em Interlagos, Muffato está otimista. “Os erros que cometi aqui não se repetirão lá. É a pista que adoro e curto correr lá.” Cacá acha que a sorte que faltou em Curitiba vai ser compensada. Guto, por sua vez, ressaltou que considerou acertada a sua criticada decisão de fazer jogo de equipe para ganhar em Curitiba no início do campeonato. “Esses cinco pontos estão fazendo muita diferença agora.”

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