E o Coritiba continua na mesma, mas desta vez tem o atenuante de ter enfrentado o Nacional num campo pequeno e com o gramado encharcado. Num dia em que o time de Rolândia esperava o sol para ?fritar? o Alviverde, a chuva caiu com vontade e impediu um melhor futebol das duas equipes. Mesmo assim, a partida teve bons momentos e, se não dava para usar a técnica, os jogadores mostraram raça no empate por 2 a 2, ontem, no Erich Georg. O problema é que o resultado deixa o Coxa na 12.ª colocação do Campeonato Paranaense, enquanto o Guerreiro do Norte segura a lanterna com o primeiro ponto conquistado.
Vindo de derrota para o Cianorte, com direito a protesto da torcida e muitas cobranças em cima do elenco e da comissão técnica, o Coritiba estava com a obrigação de conseguir a vitória ou mostrar um bom futebol. Não conseguiu nem uma coisa nem outra, mas as circunstâncias da partida mostram que nem tudo está perdido. Ao contrário de outros jogos, o Alviverde mostrou muita garra para superar o campo pesado e alagado. Bem diferente da apatia mostrada nos jogos anteriores. E tinha que ser mesmo assim porque o Nacional estava disposto a largar a pecha de saco de pancada do estadual.
Quando deu para usar um pouquinho da técnica, os gols saíram. O primeiro contou com um toque primoroso de Henrique. Após escanteio, ele tentou o gol de calcanhar, mas Renato rebateu e deixou Hugo à vontade para mandar à rede. O empate veio com Marcão, que aproveitou a falha da zaga e colocou, de cabeça, no canto. No segundo tempo, Ânderson Gomes aproveitou uma espanada da defesa para fuzilar e desempatar, mas ainda não estava decidida a história do jogo. Muito equilibrada, a partida ficou favorável ao Nacional após a expulsão de Marcos Mendes. O time do interior fez valer a vantagem de um jogador a mais em campo.
Numa blitz pela esquerda, Bruno Tiago cruzou com perfeição para Marcão escorar de cabeça e deixar tudo igual. Ainda deu tempo para Joélson e Pedro Ken mandarem pelotaços na trave, mas o empate já estava desenhado. Se a lanterna continua acesa em Rolândia, a crise do Alviverde volta junto com a delegação, mas sem nenhuma consequência imediata. O próximo compromisso do Coxa será o Cascavel, às 21h45 de quarta-feira, no Couto. Já o Nacional vai até Londrina enfrentar a Portuguesa em horário a ser definido.
Macuglia elogia pratas da casa
?Eu gostei porque o setor de criação melhorou.? Quem afirma é o técnico Guilherme Macuglia, que trocou as improvisações com atacantes e escalou meias de ofício na partida de ontem contra o Nacional. ?Era um setor de carência e o momento de testarmos esses jogadores jovens no campeonato e vamos seguir dessa maneira?, antecipa o treinador. Segundo ele, os reforços para o setor ainda não estão disponíveis (como Juliano e Caíco) e Marlos e Pedro Ken irão continuar na equipe ou como opção para a sequência dos jogos.
Além da evolução da meiúca, ele apontou a expulsão de Marcos Mendes como decisiva para o empate por 2 a 2 com o Nacional, ontem, em Rolândia. ?Perdemos um jogador num momento difícil do jogo e pagamos por isso?, analisou. Mesmo assim, Macuglia acredita numa melhora maior para o confronto contra o Cascavel e para a seqüência da competição. ?Com todo o elenco na mão, a equipe vai ter uma produção melhor e com esses jogadores o entrosamento já está melhorando?, projeta.
Logo após a partida de ontem, a delegação pegou a estrada de volta. Hoje à tarde, os jogadores que atuaram na maior parte do tempo realizam um trabalho regenerativo e o restante do elenco treina normalmente. Amanhã, Macuglia comanda o apronto no Couto Pereira. Para o confronto contra o Cascavel, ele não poderá contar com Marcos Mendes, suspenso.
Para o lugar dele, as opções são Adriano, Leandro (com Ozéia entrando na zaga) ou Rodrigo Santos.
Contratação
A diretoria confirmou a chegada do lateral-direito Ruy Cabeção (ex-Botafogo) para esta semana e ainda corre atrás de mais um lateral-esquerdo e um meia de criação, que podem chegar a qualquer momento no Alto da Glória.
CAMPEONATO PARANAENSE
1.ª Fase – 5.ª Rodada
Local: Erick George (Rolândia)
Árbitro: Paulo Amaral
Assistentes: Rogério Oliveira Costa e Auro Bispo dos Santos
Gol: Hugo aos 8 e Marcão aos 24 do 1.º tempo; Ânderson Gomes aos 14 e Marcão aos 34 do 2.º tempo
Cartão amarelo: Gonçalves, Da Silva, Daniel Cruz, Loro, Pedro Ken
Expulsão: Marcos Mendes aos 31 do 2.º
Renda: R$ 4.400,00
Público pagante: 673
Nacional 2 x 2 Coritiba
Nacional
Renato; Da Silva, Gonçalves, Nei e Danilo (Ricardo Maranhão aos 16 do 2.º); Fábio Braguim, Cleiton Sousa, Almir e Loro (Bruno Tiago aos 18 do 2.º); Joélson (Montemor aos 30 do 2.º) e Marcão. Técnico: Danilo Augusto
Coritiba
Café; China, Henrique, Leandro e Daniel Cruz; Rodrigo Mancha, Marcos Mendes, Juninho e Marlos (Eanes aos 40 do 2.º); Ânderson Gomes (Pedro Ken aos 34 do 2.º) e Hugo (Keirrison aos 24 do 2.º). Técnico: Guilherme Macuglia
Gionédis tenta atrair dez mil sócios
O presidente Giovani Gionédis quer lançar um projeto para popularizar e democratizar o Coritiba. A intenção é lançar uma campanha para angariar dez mil sócios, os quais teriam direito a voto, tal qual acontece no Atlético. Mesmo assim, novos atritos com a mesa do conselho deliberativo do clube devem acontecer.
?O Coritiba é um clube fechado a 700 votantes e nós temos que democratizar e dar oportunidade para a torcida se associar e votar e nós temos um projeto de colocar dez mil nas arquibancadas?, revelou Gionédis em entrevista à Rádio Transamérica. Segundo ele, seriam várias categorias de sócios com valores mensais de acordo com o local do estádio. ?O projeto tanto vai dar oportunidade ao clube de montar o time para a Série B quanto àqueles que criticam que possam votar e trazer ao clube um melhor destino?, destacou.
Para ele, essa é a oportunidade de democratizar o Coritiba, mas está faltando uma reunião do conselho para aprovar o projeto. ?Eu devo amanhã (hoje) protocolar uma petição no conselho deliberativo solicitando que seja marcada essa reunião e que o conselho possa apreciar essa abertura do quadro social do Coritiba?, apontou. Na visão de Gionédis, a abertura para sócios irá oxigenar o clube. ?É importante para a torcida, é importante para as correntes políticas do clube. Agora, hora de fazer política é no final do ano quando tem eleição?, pediu.
Preocupação
De acordo com Gionédis, no momento, a diretoria está envolvida na preparação e formação da equipe para a Série B e a primeira fase do estadual irá funcionar como vestibular para o elenco. ?Essa é a hora da gente analisar os jogadores que têm condições de ir para a Série B e quais não têm?, avisou. Para ele, alguns já estão com a passagem de volta comprada, mas ainda falta uma definição da comissão técnica para o anúncio das primeiras dispensas de 2007.