Curitiba já tem 600 inscritos para Maratona

Quando começou a correr, 19 anos atrás, Marisa da Silva Cruz (foto) teve de vencer preconceitos para não desistir de praticar o esporte. “Já ouvi muitos palavrões e pessoas me mandando voltar para casa para cozinhar e lavar roupa”, conta a atleta, que hoje tem 60 anos. No dia 16 de novembro, Marisa percorrerá os 42 quilômetros da 7.ª edição da Maratona Ecológica Internacional de Curitiba.

Participar de maratonas faz parte da rotina dela, que conseguiu 28 primeiras colocações em sua categoria em 29 provas. Além de marcar presença nas seis competições realizadas em Curitiba, ela correu em outras cidades brasileiras como Blumenau (SC) e Porto Alegre (RS) a viajou para os Estados Unidos e Inglaterra. “Estou me preparando e quero vencer mais uma vez”, disse logo depois de treinar na pista de corridas do Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná. Marisa espera cruzar a linha de chegada da Maratona de Curitiba três horas e vinte minutos depois da largada.

Quando trabalhava como auxiliar administrativa na Petrobras, ela quis participar de uma corrida rústica. Na época não foi fácil vencer os 2,8 quilômetros até a linha de chegada. Mas foi só o começo. “Quando chegou a hora da aposentadoria, só não entrei em depressão por causa do esporte”, afirma. Entusiasmo maior ela ganhou quando teve projetos aprovados pela Lei Municipal de Incentivo ao Esporte. “O apoio da Prefeitura me ajudou bastante. Se para jovens é difícil conseguir patrocínio, imagine para mim.”

Como Marisa, cerca de 600 atletas já fizeram inscrição para a maratona. Cada um tem um motivo especial para participar dela. O diretor administrativo-financeiro da Fundação Cultural de Curitiba, Ronaldo Pencai, de 46 anos, já foi a sete maratonas e pela terceira vez vai cruzar as ruas de Curitiba. “Comecei a correr por indicação médica há dez anos”, lembra. Não demorou muito para que o vício que tinha pelo cigarro fosse substituído pelos treinos.

Pencai corre atualmente 13 quilômeros por dia. Nas competições, não almeja as primeiras colocações. “Vou pelo prazer que o esporte me dá”, afirma. No ano passado ele cumpriu o trajeto de Curitiba em quatro horas e quarenta minutos. Como gostou da experiência, uniu-se a outro corredor da Fundação Cultural para convencer outros três colegas a correr.

Outro que vai enfrentar o desafio é o humorista Diogo Portugal, 34, que treina dia sim, dia não para a maratona, em academia ou no Parque Barigüi. “Participei no ano passado e fiquei impressionado com a empolgação no dia da prova. As outras pessoas me animaram e consegui me superar”, conta.

Diogo não cruzou a linha de chegada. “Quando completei 33 quilômetros, minha perna travou e acabei pegando um Ligeirinho para voltar para casa.” O humorista já competiu em seis meias-maratonas. E diz que ficará feliz se conseguir cumprir 21 quilômetros no dia 16 de novembro. “Vou levar dinheiro no calção para pagar o ônibus na volta”, brinca.

Muitos outros desafios serão vencidos no dia da prova. O setor de inscrições da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer já contabiliza a adesão de um portador de deficiência visual. Sérgio Luiz Negreiros, e de um atleta de 79 anos, Agostinho dos Santos, do município de Colombo, o mais velho até agora.

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