Cuca observa adversário para definir time do Paraná

O técnico Cuca vai fazer suas últimas considerações em relação ao São Paulo hoje à noite, quando o time paulista enfrenta o Goiás, pela Copa do Brasil. Com isso, a definição do time do Paraná Clube, que joga domingo, no Morumbi, fica para amanhã. É certo que o treinador não vai abrir mão de uma equipe capaz de levar perigo à defesa adversária e com isso Fernandinho tem presença assegurada. A única dúvida fica entre Goiano e Émerson na função de segundo volante.

A preocupação básica é impedir que o adversário tenha espaços para partir para uma pressão constante sobre o goleiro Flávio. “É certo que eles vão atacar, pois jogam em casa. Mas, também terão que estar atentos aos nossos atacantes, pois não vamos só defender”, avisou o treinador. Essa postura ficou evidenciada no momento em que o time foi formado no coletivo de ontem à tarde. A hipótese de armar uma equipe com três volantes foi descartada.

Na briga pela última vaga – mesmo com Goiano tendo iniciado o treino – está mais para Émerson. Bem condicionado física e tecnicamente, Émerson vai reconquistando seu espaço no Paraná. Ele teve atuações destacadas nos jogos contra Bahia e Ponte Preta. “Não sei se vou ser escalado, mas estou pronto e confiante”, disse o meia. Com ele, o Tricolor ganha, na teoria, maior eficiência na transição da defesa para o ataque, pois possui um bom aproveitamento de passe, fundamento em que o time deixou a desejar em alguns jogos deste Brasileirão. Cuca não confirmou se adotará marcação individual sobre os quatro jogadores de frente do São Paulo, mas é certo que haverá um cuidado especial com Ricardinho, Kaká, Reinaldo e Luís Fabiano.

Paraná tem a 2.ª melhor campanha em brasileiros

O Paraná Clube apresenta, até aqui, a sua segunda melhor campanha em um início de campeonato brasileiro da primeira divisão desde a sua fundação. O time de Cuca, 5.º colocado – com 4 vitórias, 2 empates e 2 derrotas – só perde para a performance obtida em 1997, sob o comando de Sebastião Lazaroni. Naquele ano, o Tricolor teve um início fulminante, computando 5 vitórias, 2 empates e somente 1 derrota, após oito rodadas. Mesmo que vença o São Paulo, domingo, no Morumbi, o Paraná não superará a marca atingida há seis anos.

A luta do atual elenco é provar dentro de campo que não será mais uma vez um “cavalo paraguaio”. Em 1997, por exemplo, a boa fase durou somente nove rodadas. Depois disso, veio uma maré de maus resultados e o Tricolor ficou onze rodadas seguidas sem vencer. Resultado: mudança no comando técnico -Cláudio Duarte assumiu o time após a 18.ª rodada – e uma campanha no final somente regular. O Tricolor ficou em 13.º lugar. A queda ocorreu justamente no momento em que a comissão técnica se viu obrigada a mexer na equipe-base, devido à seqüência de lesões e suspensões.

O fator que mais impressiona na atual campanha é o excepcional aproveitamento em jogos dentro de casa. O Paraná venceu os quatro jogos que disputou e os 100% de rendimento dão sustentação para o fraco desempenho fora de seus domínios. Afinal, na condição de visitante o time de Cuca ainda não venceu (2 empates e 2 derrotas), tendo como melhor desempenho o da estréia, quando surpreendeu o Santos, atual campeão brasileiro. Chegou a estar vencendo por dois gols, mas não sustentou o resultado e cedeu o empate (2×2).

“Acho que encontramos o jeito certo de jogar no Pinheirão, com o apoio de nosso torcedor. Falta levar esta tranqüilidade para as partidas fora de Curitiba”, destacou o centroavante Renaldo, artilheiro da equipe com 4 gols. A tranqüilidade aparente não se traduz em acomodação. Muito pelo contrário. Cuca tem sido exigente ao extremo e até mesmo nos treinos, quando percebe alguma acomodação, não deixa por menos: é bronca na certa. “Se alguém não está a fim, é melhor não treinar e evitar desgaste para ele e para os outros”, avisa o “sargentão”. Este comando tem sido decisivo para conduzir um grupo essencialmente jovem, com muitos jogadores oriundos das categorias de base e reforços também sem grande experiência. As exceções são Renaldo, Flávio e Sandro Blum – únicos contratados com mais de 30 anos. Os três somam-se a Fernando Miguel e Ageu no “comando emocional” do grupo. Mesmo assim, Cuca já mostrou certa preocupação com uma eventual seqüência de maus resultados. “Quando surge uma má fase, é preciso estrutura de grupo e de clube para suplantá-la. O Paraná ainda é verde neste aspecto”, reconhece. Esta preocupação rondou o clube no jogo frente à Ponte. Passado o obstáculo, Cuca foi incisivo ao assegurar que seu time não passará por momento tenso como àquele.

“Pela unidade que demonstramos até aqui, dificilmente sofreremos três derrotas seguidas. Os jogadores já mostraram um bom poder de reação”, comentou. Para que a história de 97 não se repita, o Paraná segue à busca de reforços, sabendo que a competição é longa – a última rodada será somente no dia 15 de dezembro – e as inscrições se encerram antes do término do primeiro turno.

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