Cuca está voltando ao Paraná Clube

Cuca vem aí? A rodada deste fim de semana será decisiva para a volta do técnico ao Paraná Clube. A diretoria nega, mas no íntimo alimenta o desejo de recuperar o treinador que após a décima rodada trocou o Tricolor pelo Goiás. A triangulação está armada, com Nelsinho Batista – que deixou o Flamengo quinta-feira – assumindo o time goiano, lanterna do Brasileirão. Muitos pontos pesam a favor de Cuca, que foi o responsável pela montagem do elenco paranista e fez um bom trabalho no início da competição.

Em Goiânia, só se fala na possível queda de Cuca, pela sucessão de resultados que mantém o Goiás na rabeira da competição. Ele está balançando há quatro rodadas e reconhece que os dirigentes não estão satisfeitos com a situação. Procurado pela Tribuna, Nelsinho garantiu não ter acertado nada com o time goiano, onde ele trabalhou no ano passado. Resta saber se a afirmativa foi por uma questão ética, pois Cuca dirige o Goiás amanhã, contra o São Caetano.

O vice de futebol José Domingos afirmou ontem à noite que Saulo é o técnico para os dois próximos jogos do Paraná – contra Cruzeiro e Fortaleza. “Sei que os boatos sobre a volta do Cuca existem, mas a única coisa que posso afirmar é que ele está empregado”, disse. Durante os oitenta dias em que trabalhou no Tricolor, Cuca criou bons laços com o dirigentes e jogadores. Coincidência ou não, nunca perdeu contato e anteontem esteve conversando por telefone com um dos “cartolas” tricolores.

Oficialmente, só na próxima semana a diretoria deve anunciar a contratação de um treinador para a seqüência do campeonato brasileiro. Mas é certo que Cuca encaixa-se perfeitamente na filosofia do clube, ficando apenas a questão financeira a ser acertada, já que seu padrão salarial elevou-se com a sua ida para o Goiás (seu desligamento do alviverde também depende da pesada multa salarial). Muitos nomes surgiram nos últimos dias, mas a diretoria garantiu ser apenas especulação. Sobre o nome de Cuca, sempre fizeram elogios, assegurando que o treinador – mesmo tendo cedido à tentação de um salário bem mais atrativo – deixou portas abertas.

Ontem à noite, mais um nome surgiu em meio à inúmeras especulações: Gílson Kleina. O ex-preparador físico fez um bom trabalho no Criciúma, enquanto Lori Sandri resolvia sua pendência com o Verdy Kawasaki (Japão). Mesmo afirmando que pretende investir na carreira de treinador, ele assegurou que não foi procurado pelo Paraná Clube. “Tenho algumas propostas de outros clubes, mas no momento penso que vou continuar por aqui, como auxiliar do Lori”, disse. Em Santa Catarina também há boatos de que a “tabela” entre Nelsinho, Goiás, Cuca e Paraná está definitivamente acertada.

Esperança move Saulo no retorno ao comando

O técnico-interino Saulo de Freitas espera estrear com “o pé direito” no comando do Paraná Clube. O teste não poderia ser mais complicado: terá pela frente o líder isolado do Brasileirão, com o melhor ataque e um dos artilheiros. O jogo diante do Cruzeiro será uma prova de fogo para o Tricolor, em busca de reabilitação e de eqüilíbrio interno após mais uma mudança no comando técnico.

Com um jogo a menos que a maioria dos times e na 11.ª posição, o Paraná luta para não perder contato com os primeiros colocados. O time de Minas Gerais, com aproveitamento de 70%, já está quinze pontos à frente do Tricolor. A estratégia armada por Saulo está centralizada na eficiência defensiva e na política do “erro zero”. A defesa continua vacilando e durante todo o período em que esteve sob o comando de Adílson Batista não conseguiu impedir as ações dos adversários. Levou gols em todos os oito jogos disputados.

Para segurar Alex, Deivid e companhia, Saulo de Freitas aposta num 3-6-1, com Fernando Miguel na zaga e Caio na ala-direita. O objetivo é agrupar o time para que não haja um distanciamento entre setores, evitando assim ceder volume de jogo ao Cruzeiro. “Precisamos marcar, sim, mas com inteligência para sair em velocidade e aproveitar os espaços que eles deixarão”, comentou o centroavante Renaldo, que volta ao Mineirão para mais um duelo com o antigo rival.

“Todos sabem da identificação que tenho com o Galo. Por isso, esse jogo tem sabor de clássico. Espero um bom resultado”, disse. O atacante ficará mais à frente, mas não isolado. Pela estrutura armada, Caio, Marquinhos e Maurílio compõem uma segunda linha de ataque, aproximando-se do camisa 9. “Num jogo como esse, todos precisam marcar, inclusive os atacantes”, avisou Saulo, que no treino de ontem enfatizou as jogadas de bola parada.

Muitos dos 29 gols sofridos pelo Paraná foram tiveram origem em cobranças de faltas e escanteios. “Temos que primeiro evitar faltas próximas à area. Eles têm um ótimo aproveitamento não apenas com os atacantes, mas também com os zagueiros”, lembrou o goleiro Flávio. “Marcando com correção, podemos surpreender muita gente, pois temos um bom índice de aproveitamento no ataque”, lembrou Fernando Miguel. Ele enfrenta pela primeira vez o ex-clube. Miguel só teve presença confirmada após o treino de ontem à tarde, recuperado de uma contusão na perna direita.

Caio atuará na ala-direita pela segunda vez neste campeonato. Foi bem diante do Vasco e espera repetir a dose. “Temos um adversário qualificado pela frente, apontado por todos como o grande favorito. Só que não há time imbatível”, avisou. O Cruzeiro ainda está invicto jogando no Mineirão (além do time mineiro, Inter e Figueirense ainda não perderam em casa). Outro tabu está em jogo: o Tricolor jamais venceu a Raposa em Belo Horizonte. São três derrotas em um empate.

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