Cuba deve vetar visto a deputados brasileiros

O governo cubano vai vetar a viagem a Havana de uma comissão de deputados para ouvir os boxeadores Guilhermo Rigondeaux e Erislandy Lara. O anúncio formal da decisão de não conceder vistos aos parlamentares ainda não foi feito, mas o embaixador de Cuba no Brasil, Pedro Nuñes Mosquera, já disse informalmente ao presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Vieira da Cunha (PDT-RS), que não quer nenhum brasileiro entrevistando os boxeadores no país dele e que se trata de um "assunto encerrado".

Rigondeaux e Lara integravam a delegação cubana que veio ao Brasil participar do jogos Pan-Americanos do Rio em julho. Eles abandonaram a equipe de boxe antes de enfrentar os adversários. Em contato com empresários, os atletas aventaram a possibilidade de irem para a Alemanha, mas depois de alguns dias de passeio pelo Rio e pressão dos familiares e do governo cubano, os dois foram localizados, presos pela polícia brasileira e deportados no dia 4 de agosto – como havia pedido o regime de Fidel Castro. Um jatinho com prefixo da Venezuela de Hugo Chávez pegou os boxeadores no Rio.

O requerimento para a Comissão de Relações Exteriores ir a Cuba foi apresentado pelo deputado Raul Jungmann (PPS-PE) e aprovado no início de setembro. Ele não concorda com a idéia de que o requerimento é uma forma de interferir na soberania da ilha. "Nós não queremos investigar o governo cubano, não queremos ir a Cuba para isso. Nós queremos saber como é que se comportou o governo brasileiro no episódio da deportação dos boxeadores cubanos. Queremos ouvi-los porque essa não é a tradição brasileira", disse o deputado Jungmann.

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