Cruzeiro tenta abafar a crise

Belo Horizonte – Depois do turbilhão que assolou a Toca da Raposa nos últimos dias, o Cruzeiro tenta se reabilitar no campeonato mineiro e enfrenta hoje, às 20h30, o Social, no Estádio Ipatingão, em Ipatinga. Só uma vitória pode aliviar o clima pesado no clube após a derrota por 5 a 3 no clássico contra o Atlético-MG, domingo.

O campeão brasileiro está em sexto lugar na tabela de classificação, com 11 pontos, em oito jogos. Somente os quatro primeiros colocados passam para a próxima fase e disputam as semifinais da competição.

O técnico Paulo César Gusmão, ex-auxiliar de Luxemburgo, que foi efetivado no cargo, não poderá contar com Edu Dracena. O zagueiro sente uma pubalgia e foi vetado pelo departamento médico. Ele será substituído por Marcelo Batatais. Em relação ao último jogo, ele decidiu escalar Wendell no meio-de-campo, sacando Sandro do time.

O Social ocupa o décimo lugar na classificação do campeonato: disputou oito partidas e conquistou nove pontos.

Em Nova Lima, Vila Nova e Uberaba completam a rodada, em jogo marcado também para as 20h30.

Social x Cruzeiro

Local: Estádio Ipatingão, em Ipatinga. Árbitro: Luiz Carlos Silva. Horário: 20h30.

Social: Luiz Antonio; Édson, Geovane, Anselmo e Erivaldo; Chicão, Denis, Diego e Bruno; Helberth e Roniê. Técnico: Luiz Eduardo.

Cruzeiro: Gomes; Maurinho, Cris, Marcelo Batatais e Leandro; Maldonado, Recife, Wendell e Alex; Jussiê e Guilherme. Técnico: Paulo César Gusmão.

“Bicho” de Luxemburgo incendiou a Toca

Belo Horizonte –

Enquanto os jogadores do Cruzeiro tiveram de aceitar o parcelamento do prêmio pela conquista do campeonato brasileiro, o técnico Vanderlei Luxemburgo recebeu o “bicho” integralmente. A informação foi confirmada ontem pelo vice-presidente de futebol do clube mineiro, Zezé Perrella. O privilégio concedido pela diretoria a Luxemburgo teria gerado insatisfações entre os jogadores e seria mais um dos fatores que azedaram o ambiente no Cruzeiro, culminando com a saída do treinador e de Rivaldo. Perella, contudo, garantiu que os atletas só tomaram conhecimento do caso na segunda-feira.

Antes de deixar a Toca da Raposa II, o ex-treinador cruzeirense reclamou publicamente, por mais de uma vez, da falta de “sintonia” entre ele, os jogadores e os dirigentes. A repercussão do episódio levou a diretoria a anunciar que a premiação começará a ser paga no dia 25.

O clube mineiro esperava quitar o débito no dia 30 de dezembro com a venda do volante Augusto Recife para o futebol russo, mas o negócio não foi concretizado. Apenas Luxemburgo embolsou sua parte, cujo valor não foi revelado. Em entrevista à imprensa local, o presidente do Cruzeiro, Alvimar de Oliveira Costa, disse que o treinador insistiu em receber o prêmio, argumentando que tinha “compromissos pendentes”. “A situação entre nós e o Vanderlei já vinha se desgastando por causa do gênio forte dele, por causa das posições dele”, reafirmou Perrella.

O diretor de futebol, Eduardo Maluf, admitiu que o atraso no pagamento da premiação “gerou insatisfação” entre os jogadores. O prêmio prometido a cada atleta pelo inédito título – de até R$ 100 mil, dependendo do número de partidas disputadas – foi parcelado em seis vezes. Ao todo, o Cruzeiro terá de gastar R$1,8 milhão com os 33 jogadores que participaram da campanha.

Na semana passada, uma declaração do meia Alex de que “questões pendentes” envolvendo o grupo cruzeirense estariam influenciando o baixo desempenho do time em campo foi o estopim para a crise. Na segunda-feira, o camisa 10 disse que as pendências persistiam, mas que as polêmicas surgidas a partir de suas declarações serviram para reaproximar a diretoria dos jogadores. “Nós tivemos uma série de problemas nesse ano (2003) de conquistas, só que nós resolvemos tudo internamente. Há um mês, ao invés de resolver as coisas internamente, o Vanderlei colocou (os problemas) externamente, o Alex também e a diretoria teve de intervir impondo sua autoridade”, justificou Maluf.

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