Cruzeiro engole o Santos na Vila

Santos – Pareceu um replay do Brasileiro de 2003. Enquanto o Santos cometeu as mesmas falhas do ano passado e se perdeu no ataque, o Cruzeiro se aproveitou das bolas paradas e do talento de Alex. O time mineiro venceu a terceira seguida contra o Santos, desta vez por 3 a 1 e fez o técnico Emerson Leão ouvir pela primeira vez a torcida pedir a sua saída.

“Leão, pede demissão” era o grito ouvido na Vila Belmiro ao final da partida. Pressionado, o técnico santista terá três dias para recuperar seu time para a primeira partida das oitavas-de-final da Libertadores, contra o LDU, em Quito, e não contará com o zagueiro Alex, que torceu o tornozelo direito.

No ano passado, o Cruzeiro venceu os dois jogos contra o time de Leão. E neste domingo, o técnico santista, sem atacantes natos para escalar, optou pela arriscada tática que usou no segundo jogo do ano passado, quando o Cruzeiro venceu por 3 a 0 em Minas: deixou Elano como companheiro de ataque de Robinho.

O que aconteceu? O Santos teve mais tempo de posse de bola e ficou boa parte do tempo nas proximidades da área cruzeirense. Diego, Robinho, Elano, Renato e Léo ficavam trocando bolas e as finalizações, quando saíam, eram quase sempre em chutes de fora da área. Voltava o problema que o Santos espera resolver com a contratação de Deivid, que se apresenta nesta segunda-feira.

Do outro lado, o Cruzeiro marcava muito bem. Tirava espaços de Robinho no lado esquerdo e posicionava seus marcadores na entrada da área, sabendo que o Santos padecia da falta de um atacante nato. Maldonado e Augusto Recife não deixaram Diego jogar.

Alex sofria com a boa marcação de Daniel, que cumpriu à risca as orientações de Leão. Mas o volante santista não pôde fazer nada nas bolas paradas. Aos 20, o meia cruzeirense bateu escanteio e Cris, entre Paulo Almeida e André Luís, cabeceou com perfeição. No intervalo, Leão reclamou com razão. “Mais uma vez tomamos um gol de cabeça. É brincadeira.”

Por pouco, Alex não armava o segundo gol cruzeirense ainda no primeiro tempo. Aos 28, outra bola parada, ele deixou Jussiê na cara do gol, mas Júlio Sérgio defendeu.

No intervalo, Leão tirou Daniel, que já tinha cartão amarelo, com medo de ele ser expulso na marcação de Alex. Deu lugar a Preto Casagrande, que conseguiu tomar o seu cartão com dois minutos de jogo.

O Santos continuou irritando a torcida com muitas finalizações (no total foram 24), mas poucas delas com perigo.

O Cruzeiro atacava pouco, mas tinha a genialidade de Alex. Um segundo de desatenção de Preto e ele fez um lançamento perfeito para Dudu, que ganhou na corrida de Marco Arélio e chutou forte sem chance para Júlio Sérgio.

O jogo não mudava e o Santos só conseguiria marcar seu gol por acaso. Foi assim, aos 17, quando Marco Aurélio cruzou da direita e a bola bateu no cotovelo de um zagueiro cruzeirense. Leonardo Gaciba marcou pênalti e Diego cobrou no canto esquerdo.

Os minutos finais foram de uma pressão quase inútil do Santos. O golpe de misericórdia veio aos 47, com Alex roubando uma bola de Elano na área santista e cruzando com perfeição para Dudu fazer mais um. E o Cruzeiro fica cada vez mais entalado na garganta de Leão e da torcida santista.

Ficha técnica
Gols: Cris, aos 20 do 1.º; Dudu, aos 12; Diego (pênalti), aos 17, e Dudu, aos 47, do 2.º.
Santos: Júlio Sérgio, Marco Aurélio (Lopes), Alex (Pereira), André Luís e Léo; Paulo Almeida, Daniel (Preto Casagrande), Renato e Diego; Robinho e Elano. Técnico: Émerson Leão.
Cruzeiro: Gomes, Maicon, Edu Dracena, Cris e Leandro; Augusto Recife (Maurinho), Maldonado, Wendell (Martinez) e Alex; Dudu e Jussiê (Márcio). Técnico: P.C. Gusmão.
Amarelos: Marco Aurélio, Daniel, Preto Casagrande, Augusto Recife, Maldonado e Wendell.
Renda e Público: não divulgados.

Voltar ao topo