Memória: a primeira – e frustrante – participação paranaense na Copa do Brasil

Maurílio pelo Pinheiros, Heraldo e Jacenir pelo Athletico. Eles estavam na primeira edição da Copa do Brasil. Fotos: Arquivo/Gazeta do Povo

Começa nesta quarta-feira (5) a Copa do Brasil, a competição mais democrática e valorizada do nosso futebol. Democrática porque reúne 80 clubes – alguns que a gente nunca ouviu falar – e valorizada porque distribui um dinheiro nervoso. Passar da primeira fase já resolve a vida de muita gente. Mas nem sempre foi assim. Quando o torneio foi criado, em 1989, era uma espécie de entrave para os participantes, mais interessados nos campeonatos estaduais, mesmo que desde sempre valesse uma vaga na Copa Libertadores.

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Naquela primeira edição, foram 32 equipes – os campeões de 22 estados e os vices de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Ceará e Bahia. Portanto, os times desconhecidos eram minoria, como Ibiraçu-ES e Tiradentes-DF, e mesmo esses eram vez por outra integrantes dos testes da loteria esportiva. De resto, os participantes de sempre da Copa do Brasil, com a restrição a dois times por estado, o que tirou do torneio Botafogo, Fluminense, São Paulo, Palmeiras, América-MG e Santa Cruz.

O dia da estreia paranaense nas páginas do Correio de Notícias de 19 de julho de 1989. Foto: Reprodução/Biblioteca Nacional

Do Paraná, eram Athletico e Pinheiros os representantes, campeão e vice do Estadual de 1988. Colorado (3º lugar), Londrina (10º) e Coritiba (11º) estavam fora. O calendário como sempre não ajudava, e os jogos da primeira fase da Copa do Brasil de 1989 aconteceram no meio das quartas de final do Paranaense – o Pinheiros tinha sido eliminado, o Furacão seguia na disputa. E mais: jogos de ida aconteceram numa quarta, 19 de julho, e a volta no sábado, 22 de julho. Uma maluquice. Ainda mais pra quem tinha que cruzar o País, caso dos nossos times.

Como foi

Na ida, o Athletico foi até Recife. Com Marola, Odemílson, Heraldo e Mazinho Oliveira no time, o Rubro-Negro perdeu por 1×0, gol de Nivaldo. No mesmo 19 de julho o Pinheiros estreou na Copa do Brasil, e perdeu no Pinheirão para o Mixto também por 1×0. Naquela equipe estava um jovem atacante, Maurílio, então com 19 anos.

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Nas partidas de volta, nada de recuperação. No Pinheirão, o Furacão ficou no 0x0 com o Náutico, com apenas 2.809 pagantes. E em Cuiabá, o Pinheiros perdeu outra para o Mixto, desta vez por 2×1. Terminava assim a nossa campanha na primeira Copa do Brasil. As boas campanhas vieram depois – Coritiba semifinalista em 1991, 2001 e 2009, Athletico nas quartas em 1992, 97, 99 e 2007, Londrina nas quartas em 1993, Paraná nas quartas em 1995, 96, 98 e 2002.

E, claro, as três finais seguidas (Coritiba em 2011 e 2012 e Athletico em 2013) até chegarmos na conquista histórica do Furacão no ano passado. Mas estas, claro, são outras histórias de Copa do Brasil.

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