Crise no Atlético parece não ter solução

A bruxa está solta no Atlético. Se não bastasse a fraca campanha no Brasileirão, zona de rebaixamento e desempenho técnico questionável, fora das quatro linhas a instabilidade também se faz presente com o afastamento de jogadores.

Somado a isso há os problemas médicos e de suspensão, que praticamente desfiguraram o elenco rubro-negro. Para se ter ideia da situação trágica, a zaga, que é uma das mais vazadas da competição, será formada com improvisações. Até atletas juniores foram chamados para completar o grupo.

E um deles já vai pro campo, como titular, amanhã. É em meio a esse caos que o Furacão viajou para Londrina, onde realizará uma partida de seis pontos contra o Fluminense, que também está na zona de rebaixamento. O time vermelho e preto será comandando pelo auxiliar técnico Riva Carli, já que está sem técnico desde a derrota para o Goiás no meio da semana.

Reunião

A manhã tensa de ontem teve início com a conversa entre o diretor de futebol Ocimar Bolicenho e cinco jogadores Alberto, Rafael Moura, Zé Antônio, Netinho e Antônio Carlos. O grupo foi informado que passaria a treinar em separado e não apenas para recuperar a forma física, conforme havia sido divulgado pela direção.

Eles foram pra geladeira mesmo. Antes de deixar o CT do Caju, três deles resolveram conversar com a imprensa. No discurso do trio, a unanimidade em culpar o diretor de futebol pelo afastamento, considerando-o uma pessoa sem história no Atlético. Também lamentaram terem sido transformados em “bode expiatório” da crise.

Alberto e Zé Antônio (que é escanteado pela 2.ª vez) afirmaram querer cumprir o contrato, independente do afastamento. Rafael Moura viajou para Belo Horizonte onde irá analisar o melhor para sua carreira.

A intenção é seguir treinando no Atlético. Netinho, chateado com a situação, não se pronunciou, mas estava cabisbaixo, já que dentro em breve estaria recuperado da operação e apto para jogar.

Antônio Carlos, que era o capitão da equipe, não falou em sua saída. Mas comenta-se que o zagueiro teria dito que não treinará em separado e que definirá sua situação com seu empresário e clube na próxima semana.

Pela impressão deixada, o grupo afastado teria influência negativa dentro do elenco. Dos cinco jogadores, Antônio Carlos e Rafael Moura já fizeram sete jogos pelo Atlético e não podem se transferir para outro clube da Série A. Na saída do CT do Caju os atletas foram hostilizados e cobrados por torcedores que compareceram para protestar.

Continuidade

Ocimar Bolicenho conversou com a imprensa e disse que a decisão de afastamento partiu de uma reunião da diretoria e não somente dele. O parecer foi dado a partir do que ele acompanhou durante os 40 dias à frente do futebol. “Podemos até ter cometido alguma injustiça, mas era preciso tomar uma decisão”, comentou o dirigente.

Sem a presença dos atletas afastados, os demais participaram de uma reunião com o preparador físico Riva Carli (técnico interino) para nova lavagem de roupa e acerto de estratégias para o jogo contra o Fluminense.

“Foi uma reunião longa e proveitosa. Os atletas se posicionaram também. Agora quanto aos afastados somente o novo treinador pode tomar uma posição”, finalizou Riva.