Se em 2008 o futebol brasileiro manteve o fluxo de saída de jogadores em ascensão, o ano que está prestes a começar pode trazer uma novidade. A crise econômica mundial deve influenciar negativamente na balança de exportações – e o prejuízo, claro, será dos clubes brasileiros, acostumados a lucrar e a refazer caixa no fim do ano.
Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, pintou um cenário sombrio para 2009. “Não quero ser o cavaleiro do apocalipse, mas vivemos um momento especial no futebol. Precisamos prestar muita atenção”, alertou. “Há dois anos, eu recebia de 15 a 20 telefonemas por dia, com pessoas interessadas nos nossos jogadores. Hoje, eu não recebo nenhum.”
O time do Morumbi tem dois atletas como alvos potenciais do mercado europeu: o volante Hernanes e o zagueiro Miranda. Tanto que reforçou esses setores para 2009, com a chegada do zagueiro Renato Silva e dos volantes Arouca e Eduardo Costa. No entanto, o São Paulo diz não ter recebido nem sequer sondagens que possam tirar os jogadores do Brasil. “Nossos compradores estão lá fora e vivem momento complicado. A torcida pode não gostar, mas o futebol brasileiro só fecha o balanço com as transferências para o exterior.”
A inesperada crise inverteu as expectativas do mercado brasileiro. Na janela de transferências do meio do ano, encerrada em julho, a valorização do real frente ao dólar e ao euro trazia otimismo ao mercado interno – a possibilidade de repatriamento aumentou. Agora, com a turbulência financeira, ficou mais difícil a saída de atletas, assim como o retorno de jogadores que estão em mercados com moedas mais fortes.