Craque esquecido em Paranaguá

André Luiz Lopes de Albuquerque, santista de 22 anos, 2,04m de altura, 107 quilos, e craque de basquetebol, indicado pelo professor Cícero – que atualmente reside em Santos -, chegou a Paranaguá no ano passado contratado para defender a seleção de Paranaguá nos Jogos Abertos do Paraná e Campeonato Estadual de Basquetebol.

Sem assinar qualquer documento que lhe garantiria vínculo de contratação, André brilhou defendendo a cidade, ajudando Paranaguá a chegar ao terceiro lugar na modalidade nos Jogos Abertos do Paraná e uma brilhante classificação no campeonato estadual.

Acontece que numa jogada dividida no garrafão, André chocou-se com o adversário e acabou se machucando, contraindo grave e rara contusão no ombro direito. O problema causou necessidade de uma cirurgia, que hoje com o tratamento ultrapassa a casa dos R$ 15 mil. O próprio André conta como tudo aconteceu: “A principio o médico da Fundação de Esportes me falou que era apenas uma tendênite. Como já tive este problema no passado, insisti para que fosse feita uma ressonância magnética. Foi uma briga pra conseguir a autorização da fundação para realizar esse exame. Entretanto, um especialista achava que era necessário uma atro-ressonância, que acusou a necessidade de uma cirurgia. Aí o pessoal da fundação quis negociar, onde eles forneceriam determinada quantia e eu assinaria os documentos, indo embora em definitivo de Paranaguá. Notei que esta quantia não supriria os gastos da cirurgia e do tratamento que teria que fazer e não aceitei”.

Segundo André, diante da recusa de aceitar aquela quantia em dinheiro e assinar os documentos, ele passou a sofrer ameaças como ser retirado do alojamento no ginásio da cidade e usar o restaurante, onde faz as refeições. “Primeiro, o filho do prefeito, Marquinhos Roque, falou que não me queria mais no alojamento, já que eu estaria criando problemas pra eles. Não sei se defender meus direitos é criar problemas. Aí ele me falou que eu sairia de lá nem que fosse à força. Depois dessa discussão, o prefeito entrou no meio e disse que eu teria uma semana de prazo de alojamento e refeições e que a partir do fim deste prazo eu sairia do alojamento nem que fosse sob a força da policia. Quero dizer que eu não sou marginal, vim defender e representar esta cidade e agora estou esperando das autoridades ajuda. O prefeito afirmou que se eu não assinasse aquele papel, que procurasse meus direitos.”

Sobre a cidade, André revelou que adora Paranaguá. “Aqui fiz muitos amigos. Tive este problema com a fundação e com o prefeito, mas aviso que a única coisa que sei fazer é jogar basquete e fui prejudicado aqui, porque poderia acertar com o Londrina ou qualquer outra equipe do Brasil para disputar o campeonato nacional e estou aqui envolvido neste drama, machucado e sem perspectiva de saber quando vou realizar esta cirurgia, que tanto preciso para me restabelecer.”

André disse também que não vai deixar a cidade enquanto não receber o dinheiro que lhe devem ou enquanto não estiver inteiramente curado da enfermidade no ombro. “Tenho fé em Deus e na Justiça que estas pessoas ainda pagarão por esses momentos difíceis que estou passando aqui em Paranaguá.”

Voltar ao topo