Coxa recebe o Galo, para terminar jejum de vitórias

O futebol tem dessas coisas. Depois de uma série invicta de 14 jogos (e apenas uma derrota em 21 jogos), que incluíram as partidas que deram o título paranaense, o Coritiba entra em campo esta tarde (18h), contra o Atlético-MG, no Couto Pereira, para acabar com o jejum de vitórias.

Há um mês o Coxa não sabe o que é levar três pontos no campeonato brasileiro, e a chance de “arrancar?? na competição coincide com o retorno de três dos principais jogadores da equipe.

Com Adriano, Tuta e Luís Mário, o Cori entra em campo mais encorpado e até mesmo os jogadores, que geralmente são reservados quando falam nos companheiros, reconhecem a melhora do time. “Não dá para esconder isso. Se você pode contar com jogadores desse nível, é bom para todo mundo. Não que os atletas que jogaram não cumpriram o que o professor Lopes pediu, mas esses caras que vão voltar metem medo no adversário”, resume o meia Ígor, mantido na equipe para esta partida.

Retorno comemorado por eles e por Antônio Lopes, que vê nesse jogo a possibilidade do Cori se aproximar de novo dos primeiros colocados hoje, são sete pontos de desvantagem para o líder São Paulo. “Nós precisamos recuperar alguns pontos, e o primeiro passo tem que ser dado logo”, avisa. “Perdemos pontos em casa, o que é imperdoável, e por isso temos que vencer de uma vez”, concorda o goleiro Fernando.

Ainda mais quando se vê a escassez de vitórias. A última aconteceu em 21 de abril, justamente na estréia do brasileiro contra o Guarani. “A gente entra pressionado sempre a vencer, mas é claro que isso faz uma diferença”, afirma o meia Luís Carlos Capixaba. “Isso acontece às vezes, mas o elenco não tem que se preocupar com essas coisas. O importante é que todos estão conscientes da dificuldade do jogo, e que vamos precisar jogar muito bem para vencer”, diz Antônio Lopes.

E principalmente porque vence Paulo Bonamigo, que para alguns no clube virou nome proibido. “Ele fez um grande trabalho, mas nós temos que pensar na gente”, garante Ígor. “O Atlético-MG é um adversário complicado sempre”, adverte Capixaba. “Acho que a partida é difícil, e não é por um fator ou por outro. É pela força das duas equipes, e pela competição que é o Campeonato Brasileiro”, finaliza o treinador coxa.

Cassius também vai enfrentar seus ex-pupilos

Gisele Rech

Para o preparador de goleiros do Galo, Cassius Hartmann, enfrentar o Coritiba pela primeira vez tem um sabor muito especial. Afinal, além de torcer para o Alviverde desde criança, ele deu os primeiros passos da carreira no Alto da Glória.

“Joguei por sete anos e trabalhei como preparador por mais oito. É a metade da minha vida”, diz. Ele não esconde que pisar no gramado do Couto Pereira estando do lado inimigo causará um sentimento diferente. “Claro que vai dar aquele frio na barriga. Mas isso uma hora ia acontecer. Faz parte da carreira”.

Mais do que se confrontar com o passado, Hartmann vai ver do outro lado o goleiro Fernando, que foi seu pupilo por quase dois anos. Quando Joel Santana ainda era técnico do Alviverde, no início de 2002, a pressão era para que Wéllerson defendesse a meta coxa. Desde o início, o preparador sentiu que Fernando tinha mais bola e tão logo o treinador carioca deixou o clube, houve a mudança. Dali em diante, Fernando foi ganhando confiança e se destacou como um dos melhores goleiros do Brasileirão 2003. “Foi um trabalho de troca. Se hoje estou no Atlético Mineiro, é muito em função do desempenho dele”.

O fato de ter trabalhado com Fernando por tanto tempo, poderia ser encarado como um ponto positivo para o Galo. Afinal, seria fácil explorar os pontos negativos do arqueiro. Mas Hartmann pensa o contrário. “O Fernando tem muitas virtudes, tem uma reposição boa e segura bem chutes de fora da área. Aliás, o Bonamigo até tem comentado que não adianta forçar esse tipo de jogada”, diz.

A exaltação das qualidades de Fernando não surpreende, mesmo porque no início do Brasileirão deste ano, a diretoria do Galo quis contratá-lo, mas o goleiro preferiu a segurança do Coritiba. Já prevendo a suspensão de Eduardo, que pegou 120 dias e será novamente julgado na terça, o clube contratou Danrlei, que estava no Fluminense.

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