Coxa pode mudar tática para ser mais ofensivo

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Sem tempo para conhecer
a cidade. Marciano (E) se vale
da amizade com o elenco.

O campeonato paranaense tem uma característica diferente para os três times da capital. Ao contrário do brasileiro, quando é necessário, em certas oportunidades, defender – e até mesmo jogar na defensiva – com os retrancados adversários do interior a obrigação de Atlético, Coritiba e Paraná é de partir para cima.

Sabendo disso, o técnico Antônio Lopes estuda alterações táticas na equipe que estréia na competição amanhã, às 21h, no Pinheirão, contra o Engenheiro Beltrão. E até mesmo uma mudança de sistema não é descartada.

Foi uma das avaliações feitas pelo Delegado no coletivo de ontem, no CT da Graciosa. A formação com dois zagueiros comportou uma outra mudança, que foi a colocação de (pelo menos para Lopes) três armadores: Reginaldo Vital, Luís Carlos Capixaba e Marquinhos. "É uma situação interessante, porque eu fico com três jogadores que saem bem para o jogo, e mantenho uma estrutura defensiva. É um sistema que eu posso usar", confessa o treinador.

Mas a alteração drástica não deve emplacar contra o "novato" Engenheiro Beltrão. Antônio Lopes manterá o esquema com três zagueiros, que funcionou nas últimas partidas do Brasileiro de 2004 e que foi usado em todos os trabalhos até agora. O técnico, entretanto, quer maior poderio ofensivo. "Nós sabemos que todas as partidas deste campeonato serão complicadas, porque os adversários sempre vão jogar marcando forte. Temos que criar soluções para este problema", resume.

Uma das opções é a colocação de dois centroavantes -Negreiros e Luís Carlos, como treinou-se ontem e como é a tendência para a partida de amanhã. É um posicionamento, em tese, perigoso, porque o time sofreria para colocar a bola na área. "Nós temos que ver qual é a opção, se vamos jogar por cima ou por baixo", brinca o meia Marquinhos. Lopes não acredita em dificuldades. "A gente não perde tanto na velocidade, porque o Negreiros sabe sair e joga fora da área", garante. A outra "solução" pensada pelo Delegado é puramente eventual – a escalação com três atacantes. Apesar de não ter participado de grande parte do coletivo como titular, Marciano (bastante elogiado pelo treinador nos últimos dias) ainda luta por uma posição no time. A definição deve sair após o treino de hoje, marcado para as 16h.

Problema

O zagueiro Alexandre tornou-se a principal dúvida do Coritiba para o jogo de amanhã. Ele sentiu dores na coxa direita, foi retirado do treino de ontem pelo departamento médico e é problema para Antônio Lopes. "Pelo que me contaram, preocupa", resume o Delegado. "Ele terá que fazer tratamento intensivo. Nós vamos esperar mais um tempo para dar uma posição definitiva", diz o médico William Yousef.

Marciano sonha com o sucesso no "Sul Maravilha"

O olhar é de quem ainda não está por dentro de tudo que vê. Mas percebe-se claramente a vontade de fazer sucesso no "Sul Maravilha", como tantos conterrâneos tentaram – uns conseguindo, outros não. Marciano, atacante do Coritiba, não deixa de encarar a chance de jogar em um time de primeira divisão como a oportunidade mais importante de sua vida. E quer agarrá-la com unhas e dentes.

"Eu saí muito jovem do Piauí, e tive que encarar muitos desafios na minha vida. Este é mais um deles, o maior que tenho. Mas confio no meu futebol e na minha força de vontade para conseguir fazer sucesso no Coritiba", comenta Marciano, que parece ter uma dívida de gratidão com o clube que lhe abriu o caminho do "eldorado" futebolístico.

E Marciano sabe que a melhor forma de agradecer ao Coxa é jogando futebol. Para isso, pretende mostrar o que fez dele um nome conhecido no Nordeste. "Nos últimos quatro anos, fui artilheiro de todos os campeonatos que disputei. E fui o melhor jogador do futebol cearense no ano passado", conta o atacante, que foi o goleador da Série C com 10 gols, jogando pelo pequeno Limoeiro.

A mudança de ares parece ainda assustar Marciano. Da pequena Limoeiro do Norte (quase 52 mil habitantes), cidade do interior do Ceará, ele seguiu para uma das maiores capitais do Brasil. O susto ainda não foi digerido por completo por causa da reclusão do elenco alviverde em Quatro Barras. "Até agora só andei do aeroporto para o hotel, do hotel para o treino e do treino para o hotel. Não consegui conhecer nada", confessa.

A dificuldade de adaptação foi diminuída pela boa vontade dos companheiros. "A turma me recebeu muito bem, são todos bastante simpáticos e com muitas qualidades dentro e fora de campo", elogia Marciano, que tem como objetivo primordial assumir a posição de titular. "Quero provar que eu não saí do Piauí à toa", finaliza o atacante.

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