Coxa é “bola da vez?? do campeonato estadual

Os olhos do futebol paranaense se voltaram para um único clube. Ficou claro após a partida de quarta contra o Londrina que o Coritiba é a “bola da vez?? do campeonato estadual. Apesar de terem sido realizadas apenas duas rodadas, a superioridade coxa neste início de competição confirmou o carimbo de “favorito?? que o time tanto quis retirar de si próprio.

Agora, o Cori enfrenta justamente seu contraponto na competição, o Paraná, que sofre com os maus resultados. A partida de domingo, às 16h, no Pinheirão, vale muito mais que os três pontos no Paranaense – vale a seqüência de calendário com a inclusão do vencedor na Copa do Brasil. Por isso, e pela qualidade do adversário, todo cuidado é pouco no Alto da Glória.

E não é preciso escarafunchar a história do clássico para saber que o Coritiba entra em terreno minado e contra adversário complicado. Os dois últimos clássicos realizados no estádio da Federação (no Paranaense de 2001) tiveram vitórias tricolores por 1×0 e 3×1 – este último jogo aconteceu na semifinal da competição. Nesses confrontos, Paulo Bonamigo comandava o Paraná e Caio Júnior era supervisor do Coritiba.

Sabendo disso, o agora treinador coxa prega a cautela. “O jogo será em um local que dá força psicológica ao nosso adversário”, avisa Bonamigo, que sentiu na pele a dificuldade de ser o ?favorito?. “O Londrina fez uma partida ótima, principalmente no primeiro tempo e isso prova como o Coritiba é um time visado. E o que vem pela frente será pior”, alerta.

Por isso, o técnico alviverde gostou do que viu, apesar do fraco início de partida da equipe. “Fiquei satisfeito porque o time manteve a tranqüilidade em todos os momentos da partida e soube controlar a ansiedade do adversário, mesmo quando estávamos muito mal na partida”, explica Bonamigo, para depois completar. “Quando tomamos o controle do jogo, soubemos aproveitar as oportunidades e vencer a partida, o que é o mais importante”.

Os jogadores também perceberam a complicação que tiveram – e as que vêm pela frente. “O Londrina valorizou muito a nossa vitória, porque jogou com muita disposição”, afirma o meio-campista Lima. “Ficou claro que nós não podemos mais demorar a entrar no jogo. Precisamos estar atentos desde o início da partida”, completa o goleiro Fernando, relembrando que o Tubarão quase abriu o placar com trinta segundos de jogo.

E se o momento coxa é bom, o fato de o Paraná viver um princípio de crise não afeta o pensamento do Cori para o clássico. “Vai ser uma grande partida, porque dois times de qualidade vão se enfrentar”, resume o centroavante Marcel. “O jogo é importantíssimo e todo detalhe será fundamental. Não podemos esquecer da nossa postura, porque em partidas como essa não interessa a classificação em que as equipes estão. É um clássico”, finaliza Bonamigo.

Sem Araújo, Ceará é o novo dono da direita

É a hora dele. Com a saída de Reginaldo Araújo para o Santos, a “bola da vez?? no Coritiba é Marcos Venâncio de Albuquerque, o Ceará, novo titular da lateral-direita alviverde. Ele já fora recontratado com essa intenção, já que era nítido o interesse do Cori em negociar Araújo. Sem a sombra do agora santista, Ceará pode fazer a torcida esquecê-lo – ou lembrá-lo por mais algum tempo.

A negociação entre Santos e Coritiba para a permanência do lateral foi feita diretamente pelo jogador. Obrigado a se reapresentar na Vila Belmiro, Ceará sabia que não ficaria lá, porque teve problemas de relacionamento com Emerson Leão. Apesar disso, as conversas demoraram chegar a um ponto comum porque o lateral queria a desvinculação total do campeão brasileiro, já que seu contrato termina no final do ano.

O Santos não aceitou e Ceará voltou a ser emprestado ao Coritiba. Mas, defasado em relação ao restante do elenco e sem a documentação liberada pelos paulistas, o lateral ficou à margem dos primeiros amistosos e treinos da equipe. Por isso Tesser apareceu no lugar de Reginaldo Araújo na quarta, quando o Cori venceu o Londrina.

Agora, Ceará ganha sua grande oportunidade. “Eu voltei para o Coritiba porque aqui eu sabia que teria chances de jogar”, diz o lateral, que foi recontratado justamente por causa disso. “Nós sempre tivemos interesse nele porque ele foi muito bem no brasileiro e a comissão técnica deixou claro que ele poderia ser o titular nesta temporada”, justifica o secretário Domingos Moro.

E a entrada do lateral na equipe muda em parte a característica de jogo pelo lado direito. Ceará é mais forte fisicamente que Araújo e isso representa maior poder de marcação no setor. Em contrapartida, Reginaldo apóia muito o ataque, sendo uma válvula de escape do Cori nos últimos anos.

Acerto

O Santos não pagou nada para ter Reginaldo Araújo, mas se ele for negociado durante a passagem dele pela Vila Belmiro, está certo que o Coritiba dará uma porcentagem no negócio. “É mais do que justo que o Santos tenha uma participação”, explica Domingos Moro. Especula-se que o lateral ganhará agora R$ 45 mil mensais.

Time não deve ter mudanças para clássico

Para quem esperava mistério, o time do Coritiba para o clássico de domingo não deve reservar surpresas. Os lesionados Roberto Brum, Adriano e Edu Sales já estão em recuperação e Paulo Bonamigo já adiantou que conta com os três para enfrentar o Paraná. Confirmados os jogadores, o Cori mantém a base e repete a equipe que goleou o Prudentópolis no final de semana passado.

Bonamigo já deu claras demonstrações que preza muito uma equipe e luta ferrenhamente para manter uma base do início ao final da competição. Ano passado, durante o campeonato brasileiro, ele só fez uma modificação entre o time que começou a competição para o que terminou – Lima entrou no lugar de Genílson. De resto, os titulares sempre foram os mesmos.

Agora, não será diferente. Como a equipe está evoluindo, o treinador não tem a menor vontade de mexer. Contra o Londrina, ele gostou de ver a melhora na defesa e maior eficiência no ataque (em quatro chances reais de gol, o Cori marcou três e acertou a outra na trave). “A melhora da equipe é natural com o tempo. Gostei do nosso trabalho defensivo, principalmente do Edinho, do Fabrício e do Nascimento”, comenta Bonamigo.

Assim, resta esperar a turma do departamento médico. O que mais preocupa é Roberto Brum, que saiu com uma forte pancada na coxa direita. “Em termos de gravidade, não é uma lesão preocupante. Mas como o tempo até a partida é curto, precisaremos fazer uma recuperação mais rápida”, explica o médico Walmir Sampaio. Bonamigo já adiantou que, se Brum não jogar, Pepo será o titular no clássico.

O caso de Edu Sales é o mesmo, com a agravante de ele ter sido ?caçado? pelos zagueiros do Londrina, que até de golpes baixos (literalmente) usaram. O gramado molhado, o campo pesado e a exigência do jogo fizeram com que o médico alviverde preferisse tirá-los de campo. “Seria arriscado manter os jogadores, apesar das lesões terem grau pequeno”, avalia Sampaio. Já Adriano deve voltar naturalmente. A saída dele contra o Prudentópolis foi mais devido a um excesso de cautela que a uma preocupação demasiada. “Ele está se recuperando muito bem, e não deve ter problemas em jogar”, resume o médico alviverde.

Descanso

O ritmo dos treinos no CT da Graciosa até o clássico será mais moderado. O técnico Bonamigo percebeu o esforço a que os jogadores foram colocados em Londrina, e por isso vai reduzir a intensidade dos trabalhos. “Tivemos uma viagem longa e cansativa e também uma partida que exigiu demais dos atletas. Vamos descansar, antes de mais nada”, avisa o treinador.

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