Quando Dunga anunciou os jogadores convocados para os dois primeiros jogos do Brasil nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, a lista tinha Rafinha, Phillipe Coutinho e Roberto Firmino. Mas no grupo que faz nesta terça-feira o segundo treino em Santiago para a partida de quinta contra o Chile aparecerão no campo Daniel Alves, Kaká e Ricardo Oliveira. É apenas um fato rotineiro que se repete desde que o treinador reassumiu a seleção: ele raramente conseguiu contar com o grupo original de uma convocação que fez.

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Isso já aconteceu 22 vezes desde que Dunga reassumiu. Normalmente, ele perde jogadores por contusão. Mas já teve caso de indisciplina (Maicon, nos amistosos contra Colômbia e Equador no ano passado) e desta vez, teve até uma “deserção”. Rafinha pediu dispensa porque não se via com chances de ser chamado regularmente e porque também cogitou jogar pela seleção da Alemanha – ele defende equipes do país atual campeão do mundo há 10 anos.

Quando a partida é amistosa, Dunga nem lamenta muito os desfalques inesperados. Enxerga neles oportunidade de testar novos atletas. “Nessas situações a gente sempre pode observar um outro jogador. Mas é aquele negócio. Na seleção brasileira quando um levanta da cadeira há risco de o outro vir e sentar”.

No entanto, quando a competição é oficial as ausências pesam. Exemplo disso aconteceu na Copa América. Dunga perdeu quatro convocados por lesão: os titulares Danilo e Luiz Gustavo, além de Marcelo e o goleiro Diego Alves. E nem sequer chamou outro de seus titulares, Oscar, que estava mal fisicamente à época e foi poupado justamente para chegar inteiro às Eliminatórias.

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O resultado em campo foi o que se viu. A seleção em nenhum momento jogou bom futebol no Chile e, quando perdeu Neymar desandou de vez. A seleção não passou das quartas de final e após a eliminação para o Paraguai, Dunga lamentou os desfalques. “É preciso lembrar também que perdemos cinco jogadores importantes e que dariam uma experiência ainda maior aqui no Chile”, disse à época.

CASOS RECORRENTES – Já na primeira convocação, no jogos contra Colômbia e Equador realizados nos Estados Unidos em 2014, Dunga teve de encarar três cortes: além do indisciplinado Maicon, Hulk e Alex Sandro se machucaram e tiveram de ser substituídos.

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O fato se repetiu em todas outras ocasiões, algumas vezes por “atacado” como agora e na Copa América. Em março deste ano, por exemplo, Diego Tardelli, David Luiz e Marquinhos foram desconvocados dos amistosos contra França e Chile. Dunga aproveitou para testar Luiz Adriano, Gabriel Paulista e Gil. Deles, apenas o zagueiro corintiano seguiu em frente. Tanto que faz parte do grupo que está nas Eliminatórias.