Tcheco ensina o caminho para o novo eldorado

As recentes negociações do meio-campo Davi e do atacante Leonardo, do Coritiba com o Ganghzouh R&F FC, marcaram o início de um novo relacionamento do futebol paranaense com a China. Se nos anos 1990 poucos se aventuravam a atuar no país asiático, agora a nação mais populosa do planeta é vista como um novo eldorado para os negócios envolvendo jogadores. O país que hoje mais consome no mundo também quer consumir futebol, e está disposto a gastar por isso.

Segundo o meio-campo Tcheco nada hoje na China se compara a quando ele atuou naquele país, em 1999. “Agora vale muito mais a pena. Até pela visibilidade que o futebol chinês está querendo criar perante o mundo. Haja vista o jogador chinês que chegou ao Corinthians recentemente”, o experiente jogador, que há 13 anos defendeu o Chángjiãng. De acordo com ele, a experiência foi boa. “Era um país fechado ainda. Na minha época ainda tinha que fazer testes físicos pelo governo. Todos os jogadores, fossem estrangeiros ou mesmo chineses, se não passassem na avaliação física não poderia jogar durante um ano”, relembra.

Para Tcheco, a a China atual está para o futebol internacional assim como Japão e Coreia já estiveram nos anos 1980, 1990 e 2000. “Depois que teve a Copa da Coreia e do Japão, a China começou a olhar bem a possibilidade de começar a contratar estrangeiros de mais qualidade. Eles passaram a investir como outros centros investem, como foi o caso com a contratação do Conca”, avalia. O ex-jogador do Fluminense é o principal jogador naquele país e atua junto com Muriqui (ex-Avaí) no Gangzouh Evergrade, rival da nova equipe de Davi e Leonardo, negociados pelo Coxa, vão atuar.

O novo mercado, por sinal, é visto como possibilidade de grandes negócios para a empresa LA Sports, que agencia a carreira dos dois atletas e é parceira do Coritiba. “Excelente. Hoje, o Japão, em virtude do tsunami, deu uma segurada. Mas China, Catar, Coreia do Sul e Rússia são mercados onde acontecem novos investimentos”, aponta o empresário Luís Alberto Martins de Oliveira Filho. Para ele, nem tudo são flores, mas nenhum estrangeiro sofre mais para viver na China. “Ainda existe restrições de internet e outras coisas, mas jogador de futebol tem uma qualidade de vida muito boa”, garante.

Quem comprova isso é Juliana de Oliveira, assessora da LA, que retornou de Ganghzouh, depois de levar Davi e Leonardo até o novo clube. “Eles são muito crus ainda, mas estão tentando desenvolver bastante. O governo está incentivando muito também”, diz. Segundo ela, a estrutura é de primeiro mundo. “Eles têm vários estádios bons, mas não têm o hábito de assistir futebol e comentar depois. Mas os meninos estão muito superanimados e o Davi, inclusive, já chegou como ídolo. É o camisa 10 do time”, finaliza Juliana.