Guerra declarada

Situação do Coxa manda 1º ataque contra a oposição

O fim do sofrimento com a vitória em Minas Gerais também foi o “gatilho” para ataques mais diretos entre as duas frentes que disputam o comando do Coritiba para as próximas três temporadas. Até então, a briga era velada, com muita movimentação nos bastidores. As únicas ações públicas haviam ocorrido no Couto Pereira – com militantes das chapas fazendo campanha nas sociais, durante o jogo contra o Palmeiras – e um coquetel de apresentação dos planos da oposição. Agora, o tom deve subir e a “Coritiba, Nós Construímos”, de Vilson Ribeiro de Andrade, e a “Coxa Maior”, de Rogério Bacellar, prometem um clima nada amistoso até o próximo dia 13 de dezembro.

Ontem, a chapa da situação já disparou seu primeiro email mais contundente, alegando que parte dos planos de ação propostos já foram implementados pela atual gestão. No texto, ainda ressalta o fato de que a “Coxa Maior” está sob análise do Conselho Deliberativo, pois teria infringido algumas regras quando do seu registro, no último dia 13 de novembro (cita algumas discrepâncias em relação ao número de conselheiros a integrar o deliberativo e o administrativo, uso de ‘errorex’ e nomes preenchidos manualmente). É só o primeiro ato mais incisivo da chapa comandada pelo atual presidente Vilson Ribeiro de Andrade, que prometera só se dedicar à política no momento em que a situação de campo estivesse resolvida.

Na guerra fria entre situação e oposição, vários pontos continuam sendo usados como plataforma de campanha. Vilson Ribeiro acena com uma ampliação da parceria com a Pro Tork, para a total modernização do Couto Pereira, com a revitalização das sociais e a colocação de cobertura nas curvas (investimento na casa dos R$ 30 milhões). Já a oposição não cita a questão em seu caderno de encargos, mas no evento de lançamento da Coxa Maior, Bacellar e outros correligionários falaram abertamente da possibilidade de o clube buscar um investidor para a construção de um novo estádio, aos moldes das modernas arenas.

Restam onze dias apenas para a eleição, onde cerca de nove mil coxas-brancas têm direito a voto. Até lá, certamente o clima será de muita tensão. A tranquilidade conquistada pelo grupo, após a vitória sobre o Atlético-MG, vai se limitar ao vestiário e ao dia a dia dos jogadores. O âmbito político não será nada amistoso. Apesar de promessas de um debate de ideias, dificilmente as duas frentes irão abdicar de alfinetadas e troca de acusações. Algo bem característico da insana disputa pelo poder.