Sem investimentos, Coritiba aposta nas categorias de base

O Coritiba está de mãos atadas quando o assunto são contratações para a temporada 2014. Diante de um competitivo e inflacionado mercado da bola, e sem dinheiro em caixa, o clube prevê uma redução drástica da folha salarial, que ultrapassou os R$ 3 milhões em 2013. Neste panorama, a diretoria sequer cogita trazer jogadores a granel, mas sim reforços pontuais e com custo relativamente baixo. “Precisamos fazer uma redução radical nos nossos gastos quanto ao exercício de 2013. Radical. E dentro dessa realidade do novo futebol brasileiro o Coritiba não vai fazer loucuras na contratação de jogadores com altos salários. Então vamos muito mais buscar atletas que estejam dentro de uma realidade do Coritiba. E falo isso com muita tranquilidade, pra que não se cometam alguns equívocos cometidos nos últimos anos. Acredito que no começo dessa semana já vamos estar falando de algumas chegadas”, afirma o vice-presidente de futebol do clube, Paulo Thomaz de Aquino.

Os principais nomes em pauta pelos lados do Alto da Glória se encaixam dentro da realidade financeira do clube e também nos setores com maiores carências da equipe.

Além de penar na temporada passada com a falta de poderio ofensivo, principalmente após a negociação do meia Rafinha para o mundo árabe e ainda diante das recorrentes lesões de Deivid, a falta de boas opções pelos lados do campo se mostrou insuficiente durante o ano. Principalmente pela lateral-direita, onde o Coxa conta apenas com Victor Ferraz. “As carências ficaram evidentes no final da competição, a gente não precisa esconder do torcedor. Mas temos a felicidade de contar com uma espinha muito boa. Temos bons goleiros, uma dupla de zaga e volantes que se firmaram, os próprios Robinho, Alex e Deivid. Então isso nos dá uma condição de não ter um nível de ansiedade grande na procura de reforços, mas as carências passam por um atacante de velocidade e na lateral-direita, onde só temos o Victor Ferraz e tivemos que improvisar o Gil nessa função”, analisou o dirigente.

Solução caseira

Em pleno processo de reformulação do elenco a aposta mais viável passa pelos possíveis reforços das categorias de base. Para tanto, o primeiro passo foi dar a oportunidade aos jovens jogadores em iniciar as disputas do Paranaense a partir do dia 19, enquanto o grupo principal realiza sua pré-temporada em Foz do Iguaçu.

Apontada como um verdadeiro celeiro de bons atletas, as divisões de base do clube conta com nomes como o zagueiro Bonfim, o lateral-esquerdo Paulo Otávio, os meias Denner, Thiago Primão e Zé Rafael, o atacante Anderson Bartola entre outros, que devem ser aproveitados no time de cima.

“Indiscutivelmente é a nossa estratégia (investir nos novos talentos). Mas para que isso aconteça precisamos dar espaço a eles, o que não aconteceu em 2013 pelo inchaço do elenco. Nós tínhamos no nosso plantel perto de 60 jogadores e até esse começo de 2014 pelo menos 18 jogadores já se desligaram, por contrato ou por não termos o interesse na continuidade”, disse o dirigente.