Entrevista

Pedro de Castro quer Coritiba com gestão e planejamento

“Houve falta de gestão, de comprometimento, de seriedade, de tomada de decisão correta. E não fazer o que é bom para o parente, o vizinho”, disse o candidato. Foto: Maicon J. Gomes

Metas e objetivos claros e cobrança para que eles sejam atingidos. É este o plano de Pedro Guilherme de Castro. Engenheiro de 40 anos, o candidato da chapa Novo Coritiba foi o segundo sabatinado pela equipe da Tribuna hoje, às 15h, Samir Namur será entrevistado, e na terça-feira João Carlos Vialle abriu a série. Declarando-se o único “independente” da eleição coxa, Pedro de Castro quer pacificar o clube, que segundo ele está “dividido” e “sangrando”.

VEJA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA DE PEDRO GUILHERME DE CASTRO

Para o candidato, a desunião é um dos motivos para o Coritiba ter sofrido cinco anos consecutivos no Campeonato Brasileiro, e no sexto acabar rebaixado para a segunda divisão. “Nós somos passageiros no clube. O Coritiba fica sempre. É uma instituição centenária”, resumiu Pedro de Castro. “Falta regularidade. O Coritiba está sangrando, o Coritiba está dividido. Olha onde nós estamos. Todo o trabalho de gestão não teve resultado”, completou.

Somado ao racha interno, Castro afirmou que as diretorias recentes falharam no planejamento. “Essa sequência de anos de sofrimento me faz pensar que houve falta de gestão, de comprometimento, de seriedade, de tomada de decisão correta. Fazer o certo de verdade, não o que é bom para o parente, o vizinho, o amigo do vizinho. Os profissionais que estiverem no Coritiba não podem apenas amar o clube. Precisam ter competência”, disparou o candidato.

Na entrevista, o líder da chapa Novo Coritiba falou seguidamente sobre a necessidade de um controle mais forte da gestão alviverde. “Sou engenheiro, sou empresário. Trabalhar com conflitos e tomadas de decisão rápidas é a minha rotina. O compromisso que eu tenho é com as metas que vamos apresentar. Nossa meta não é estar na Série B, é subir em 2018 para a Série A de volta. Se nós trabalharmos com indicadores, se agirmos com rapidez e independência, vamos conseguir atingir nossos objetivos”, comentou.

Pedro de Castro admitiu que Marcelo Oliveira não faz parte dos planos de sua chapa, caso ela seja eleita. “Eu vi a emoção dele, que é a emoção de todo torcedor coxa-branca. Ele tem um currículo invejável, se mostrou disposto a continuar, mas o valor da comissão técnica é muito alto para a estrutura que estamos pensando. É muito pesado para o planejamento geral. O orçamento para uma Série B precisa ser muito bem avaliado”, disse.

O candidato também afirmou que haverá uma avaliação profunda sobre o elenco. “Teremos no início do ano 18 ou 19 jogadores. Queremos ter um grupo com 36 atletas, claro que pode ser um a mais ou um a menos. Vamos priorizar a base. Não vou dar uma porcentagem de utilização porque seria irresponsável, mas os meninos têm que jogar, principalmente no Campeonato Paranaense. Vamos tomar uma atitude na hora apropriada”, afirmou Castro, sem querer falar se a permanência de Kléber e Wilson está nos planos.

Televisão

Pedro na entrevista. Foto: Maicon J. Gomes
Pedro na entrevista. Foto: Maicon J. Gomes

Pedro Guilherme de Castro admitiu certa preocupação com os contratos de televisão. “Nosso acordo com o Esporte Interativo, que começa em 2019, depende de estarmos na primeira divisão. Se não subirmos ano que vem, ficamos sem esses valores, a gente perde essa receita. Esta é a situação em que deixaram o Coritiba”, reclamou o candidato, que também afirmou não aprovar a estratégia da atual direção de não ter aceitado conversar com a Rede Globo. “Temos que conversar sim, temos que analisar as propostas. Não podemos simplesmente fechar as portas. É 50% da nossa receita. Não pode dizer que não conversa, que não quer saber, ser radical, vou andar com a turma lá de baixo”, complementou.

Sobre o Couto Pereira, o candidato disse que uma reforma precisa estar no planejamento do clube. “O Couto precisa de alguns ajustes por conta do caderno de encargos da CBF. Então temos necessidades imediatas. Além disso, temos as correções preventivas. Mas falar neste momento que vamos reformar agora, estaria faltando com a verdade. É preciso fazer, dá pra fazer. É possível, buscando parcerias, avaliando o orçamento. Vamos fazer com consciência e sabedoria, porque o Couto Pereira merece essa atenção”, finalizou Pedro de Castro.