Vai de mal a pior

Futebol brasileiro sofre com péssimos resultados em 2014

Em ano de Copa do Mundo, as atenções dos torcedores se voltam totalmente para a seleção brasileira. Após o título da Copa das Confederações em 2013, a confiança em cima do time comandado por Luiz Felipe Scolari aumentou e a ansiedade pelo maior torneio do futebol cresceu proporcionalmente.

Porém, a espera pelo Mundial parece que também afetou os clubes. Apesar de a temporada 2014 não ter chego nem à metade, o futebol nacional vem atravessando uma enorme crise e os fiascos não param de ser somados.

A começar pelos Estaduais. Inclusive no nosso quintal. Depois de 22 anos, o Campeonato Paranaense, conquistado pelo Londrina, não teve nenhum integrante do Trio de Ferro na final. Em São Paulo, a zebra também apareceu. O Corinthians sequer se classificou para as quartas de final, enquanto o São Paulo foi eliminado pelo Penapolense. Mas a maior surpresa foi o Ituano, que superou o Palmeiras na semifinal e bateu o Santos na decisão, ficando com o título. No Rio de Janeiro, o Botafogo terminou na modesta nona colocação.

Os maus resultados também continuaram na Libertadores. Praticamente dono da competição, o Brasil, que venceu as últimas quatro edições e tinha ao menos um finalista desde 2005 (2005 e 2006 a final foi brasileira), após 23 anos não terá um representante sequer na semifinal do torneio. A má campanha teve início ainda na primeira fase, quando Atlético, Botafogo e Flamengo foram eliminados. Depois, Atlético-MG e Grêmio caíram nas oitavas. Havia restado apenas o Cruzeiro. Mas o campeão brasileiro sucumbiu diante do San Lorenzo, da Argentina.

Apesar do alto poder financeiro que os brasileiros da Série A contam, todos foram superados por clubes do interior, que no máximo disputarão a Série D do Campeonato Brasileiro. Para se ter uma ideia, dos quatro semifinalistas da Libertadores, um deles é o Nacional, modesta equipe do Paraguai, e o outro e o Bolívar, da Bolívia, que também tem um orçamento muito remoto.

Se nos últimos anos houve uma febre de repatriar jogadores ainda com mercado na Europa ou manter estrelas atuando por aqui, da metade de 2013 pra cá, o caminho foi totalmente o inverso, com alguns times, mesmo ganhando ainda mais dinheiro com cotas de televisão, enfrentando graves crises financeiras. Mesmo assim, altos salários continuam sendo pagos, o que pode justificar a baixa qualidade apresentada no próprio Campeonato Brasileiro, que ainda não engrenou.