Cinco derrotas seguidas, time desacreditado e cobranças. Bastou uma semana para que este caótico cenário mudasse no Coritiba. O empate em 2×2 com o Atlético foi o suficiente para mudar o clima no Alviverde. Não pelo resultado em si, mas pela postura da equipe dentro de campo.
Se um dos problemas do Coxa desde que voltou à Série A, em 2011, era atuar fora do Couto Pereira, no domingo isso não foi percebido. Jogando para frente, se impondo sobre o rival, o time de Ney Franco mostrou uma vontade que há muito tempo não se via e que deixou o torcedor bem mais animado.
Afinal, esta foi apenas a primeira apresentação deste ‘novo’ Coritiba. Vários jogadores chegaram e poucos estrearam. Quem já jogou mostrou um bom futebol. Foi o caso de Esquerdinha, titular na Arena da Baixada e que foi um dos destaques da equipe. Lúcio Flávio esteve pouco mais de cinco minutos em campo e o goleiro Wilson e o atacante Kléber ainda nem relacionados foram. Sem contar a vinda de Léo Moura, cada vez mais perto.
O futuro do Alviverde é mais promissor do que aquele que se apresentava até antes do clássico. Com as próximas rodadas acontecendo apenas no final de semana, Ney Franco terá tempo para conhecer o grupo, ajustar as peças e entrosar o time com as novas contratações. Ou seja, aquele Coxa sofrido, que não jogava bem, vai ficando cada vez mais no passado.
A tarefa de recuperação ainda é complicada. O clube está cinco pontos atrás do Figueirense, o primeiro fora da zona do rebaixamento. Mas a expectativa é de que, ao menos, o Coxa terá forças para tentar a recuperação, algo pouco imaginável depois da derrota para o Flamengo.
Semana começa mais aliviada
Após mais de um mês de tropeços no Brasileiro – a última vitória foi em 16 de maio sobre o Grêmio -, o Coritiba enfim começou uma semana revigorado. Menos pelo placar, que não foi suficiente para resgatar o time da zona de rebaixamento, e mais pela entrega no Atletiba. O empate trouxe alívio para o clube e apresentou o novo rumo adotado no futebol alviverde. “Foi excelente”, definiu o vice-presidente do Coritiba, Ernesto Pedroso, sobre o impacto do clássico no Coxa. “A relação com os atletas, a chegada do novo treinador, as novas perspectivas de contratações. O futebol tomou outra direção”, avaliou.
“Desde o pré-jogo, a preparação, a voluntariedade do grupo, o adversário em si, por ser o maior rival. Tudo foi importante. Nivelamos o nosso jogo, isso nos deu ânimo e confiança”, acrescentou o dirigente, que ganhou também um conforto pessoal.
“Nunca passei, mesmo em outras oportunidades em que estive no Coritiba, um momento tão delicado como este”, confessou.
Antes do empate com o Furacão, o Coxa vinha de cinco derrotas. Desempenho que motivou críticas ao departamento de futebol, a troca de comando técnico, além da liberação de jogadores como Mazinho e Wallyson.
Sem multa
O vice-presidente de futebol do Coritiba, Ernesto Pedroso, amenizou a expulsão do atacante Wellington Paulista ao final do clássico contra o Atlético e descartou qualquer punição ao atleta. Responsável por marcar o primeiro gol em Atletiba na nova Arena, o jogador chutou uma bola na torcida atleticana. Como ele já tinha um cartão amarelo, levou o segundo e desfalcará o Coxa contra o Cruzeiro, no próximo domingo, no Couto Pereira. Assim como ele, Norberto também foi expulso e terá que cumprir suspensão.
“Acho que a grande expectativa do jogo deixa as pessoas com estresse muito grande. Não há motivo para multar. Também não preocupa (o desfalque) porque agora temos substitutos”, afirmou Pedroso, confiante no elenco coxa-branca.