Se quiser evitar seu terceiro rebaixamento, desde que o Campeonato Brasileiro passou a ser disputado por pontos corridos, o Coritiba só precisa vencer o São Paulo, domingo, às 17h, em Itu-SP. O problema é que o retrospecto do Coxa como visitante beira a indecência: venceu apenas um dos 18 jogos que realizou longe de seus domínios.
A única façanha deste tipo no Campeonato Brasileiro aconteceu na longínqua 12.ª rodada do 1.º turno, há quatro meses. Na ocasião, com um gol marcado pelo atacante Deivid, o Coritiba ganhou do Grêmio e vendeu a falsa ilusão de que se tornaria um forte concorrente fora de casa. Isso porque, dos quatro compromissos anteriores como visitante, o Coxa havia empatado quatro (0 x 0 com o Bahia, 1 x 1 diante do Goiás e 2 x 2 contra Flamengo e Santos) e perdido apenas um jogo: no remodelado Mineirão, para o forte time do Cruzeiro, que mais tarde se sagraria campeão brasileiro.
Passadas aquelas rodadas, o Coritiba tornou-se um visitante frágil, o que, de certa forma, explica por que o clube chegou na última rodada lutando para não ser rebaixado. No total das 18 partidas fora de casa, além do triunfo solitário em Porto Alegre, o Coxa empatou sete e perdeu dez jogos – incluindo derrotas para todos os quatro times que estão na área de degola. O inexpressivo aproveitamento de 18,5% só não é pior que o registrado pelo Náutico, time que ganhou por 3 x 0 do Alviverde, nos Aflitos. Mesmo assim, o Timbu venceu duas partidas longe de Pernambuco. Pelo baixo rendimento, o Coritiba chegou a até a ser rotulado como o visitante mais desejado deste Brasileiro.
Apesar de o retrospecto efetivamente não entrar em campo, os números trazem uma perspectiva das menos positivas para a decisão de domingo à tarde, no estádio Novelli Júnior, contra o São Paulo. De tão negativas, o técnico interino Tcheco prefere até evitar as estatísticas, e pretende blindar os jogadores do assunto “campanha fora de casa”. “A gente tem que esquecer as estatísticas. Não sei nem há quanto tempo o Coritiba não vence fora. A última foi contra o Grêmio. Mas pra mim isso não interessa. A cabeça dos jogadores tem que estar voltada e centrada somente para o jogo’, desconversa.
Pior desempenho
O pífio desempenho do time como visitante, de 18,5% de aproveitamento, consegue ser pior até mesmo ao registrado em 2005 e 2009, nos últimos rebaixamentos do clube. O Coritiba venceu três, empatou sete e perdeu doze jogos dos 21 realizados longe do Couto Pereira na campanha de 2005, obtendo 25,4% de aproveitamento. Já na desastrosa trajetória de 2009, onde o Alviverde, assim como em 2013, também alcançou a derradeira rodada dependendo apenas de seus esforços e, mesmo assim, caiu com o empate por 1 x 1 contra o Fluminense, em pleno Couto Pereira, os números também são melhores aos atuais: 19,2% de aproveitamento, com duas vitórias, cinco empates e doze derrotas. O volante Júnior Urso, confirmado no sistema de contenção contra o São Paulo, não quer nem saber da possibilidade de disputar a Série B no ano que vem. ‘Com todo respeito à Série B, que é um grande campeonato, mas um clube da grandeza do Coritiba tem que permanecer na Primeira Divisão’, afirma.
