Coxa em alerta com o que pode acontecer extracampo

Além de se preocupar com as dificuldades que enfrentará em campo no duelo decisivo contra o São Paulo, domingo, o Coritiba acendeu a luz de alerta em relação ao que pode acontecer no extracampo. O primeiro sinal foi dado ontem. A CBF sorteou a escala de arbitragem e indicou para o duelo no estádio Novelli Júnior, em Itu-SP, ninguém menos do que um árbitro carioca, ainda que filiado à Federação de Futebol do Espírito Santo. Trata-se de Pablo dos Santos Alves.

O árbitro, que é aspirante à Fifa, já esteve no comando de uma partida do Coritiba neste Brasileiro. Foi na 17.ª rodada do primeiro turno, no empate sem gols contra o Internacional, no Couto Pereira. Aliás, no retrospecto, Pablo dos Santos Alves tem mais contras do que prós quando o assunto é arbitragem de jogos dos paranaenses. Ele também esteve em Internacional 2 x 2 Atlético, pelo Brasileiro, e em Atlético-GO 0 x 2 Paraná Clube e em Boa Esporte 3 x 2 Paraná Clube.

O nome de um “homem de preto” nascido no Rio de Janeiro – estado que têm em Vasco e Fluminense duas equipes diretamente ligadas à luta contra o rebaixamento – já é interpretado como conflito de interesses pelo Coxa. “Acho que não pode, apesar de ele estar vinculado à Federação do Espírito Santo. Em princípio preocupa, ainda não conhecia a escala. Mas vou analisar melhor”, afirmou o presidente alviverde, Vilson Ribeiro de Andrade.

A apreensão do Coritiba é explícita. A equipe precisa vencer o São Paulo – que cumprirá perda de mando imposta pelo STJD, e atuará em Itu – para não depender de ninguém na luta contra o rebaixamento. Em caso de empate ou derrota, o Coxa fica na dependência dos resultados de Vasco e Fluminense, que jogam fora de casa na última rodada. O time cruzmaltino encara o Atlético, em Joinville, e o tricolor carioca visita o Bahia.

Além da arbitragem e da combinação de resultados, o Coritiba está apreensivo também com a possibilidade de enfrentar um São Paulo “motivado” a vencer, ainda que para o tricolor paulista não tenha nada em disputa na última rodada. Duas razões poderiam mobilizar a equipe do Morumbi: a chamada “mala branca” – incentivo financeiro para ganhar o jogo – e uma eventual despedida de Rogério Ceni. Quanto à primeira hipótese, nem Tcheco acredita. “São questões que o Campeonato Brasileiro proporciona a algumas equipes, mas pela pessoa e o trabalho do Muricy (Ramalho) não dá para pensar isso do São Paulo”, argumenta o técnico interino.

Em contrapartida, a despedida de Rogério Ceni dos gramados é possível. O jogador completa 41 anos em janeiro e ainda não se posicionou oficialmente sobre sua aposentadoria, mas deixa a possibilidade no ar. Pela história de 23 anos de serviços prestados ao São Paulo, com 1.119 jogos – marca superior à do lendário Pelé, que realizou 1.116 partidas com a camisa do Santos – e 113 gols, a partida poderia ganhar outra conotação caso o goleiro anuncie mesmo que vai pendurar as luvas. Neste caso, o São Paulo terá uma motivação a mais para vencer o Coxa.