Coxa e Tricolor fizeram jogo histórico no Couto Pereira

Por pouco o “time de alma guerreira” – como a torcida gosta de chamar o Coritiba – não reverteu uma goleada, ontem à noite, no Couto Pereira, diante do São Paulo. Seria mais um resultado para entrar para a história, mas o Alviverde acabou sofrendo a segunda derrota no ano em casa.

Bobeiras defensivas, um pênalti não marcado pela arbitragem e muito nervosismo quase fizeram o Coxa dar vexame diante de mais de 23 mil torcedores. Porém, uma reação na base da garra reduziu o placar para 4 x 3 para o time paulista. O resultado deixa o Coritiba na 12.ª colocação do Brasileiro.

Após a conversa de terça-feira, as desculpas públicas do atacante Marcos Aurélio e um início arrasador contra o São Paulo, a torcida do Coritiba nem acreditava no que estava vendo.

O retrospecto no Alto da Glória era dos melhores, o adversário era o poderoso São Paulo, mas com um time com poucas estrelas, e o Alviverde tinha os três mosqueteiros Rafinha, Marcos Aurélio e Davi jogando juntos novamente.

Por que deu errado? Difícil explicar, principalmente por que a um minuto Rafinha acertou a trave de Rogério Ceni. Poderia ser o prenúncio de mais uma grande jornada do Coxa, com domínio territorial e lances de perigos.

O Tricolor estava acuado, a torcida pegada nos pés de Carlinhos Paraíba, Dagoberto e Rhodolfo, mas foram justamente eles que equilibraram a partida com jogadas rápidas e precisas.

Como um pesadelo, o torcedor teve que assistir Carlinhos Paraíba, logo ele, recebendo na frente da área e mandando um canudo no ângulo. Não demorou muito para Rhodolfo fazer um lançamento primoroso para Juan avançar livre e encobrir Edson Bastos. Com 23 minutos de jogo, o Coritiba perdia por 2 x 0.

Perplexo, o Coritiba ainda viu Dagoberto fazer tabela no meio da defesa e recebeu na área para tocar no canto. Com 3 x 0 no placar, o meio-campo Davi ainda tratou de deixar a situação pior ainda.

Fez falta em Juan, tomou cartão amarelo, jogou a bola no chão e acabou expulso. “Não fiz nada, professor”, justificou ele ao técnico Marcelo Oliveira, que precisou trabalhar mais do que o habitual no intervalo.

Com Maranhão e Anderson Aquino como novidades, a ideia era não tomar mais gols e buscar o empate, mas Eltinho bobeou, deu uma bola de graça nos pés de Lucas, que encobriu Edson Bastos.

Com um a menos em campo, a missão era cada vez mais impossível, mas o time foi para cima buscar ao menos o gol de honra. Ele veio com Rafinha. O meio-campo aparou um rebote na área e mandou no canto depois da torcida reclamar de pênalti não anotado.

A arbitragem começou a irritar, mas na base da garra a reação parecia chegar. Rafinha, sempre ele, achou Bill na área, que mesmo caído, mandou para a rede. Na sequência, Jean colocou a mão na bola dentro da área.

O árbitro fez que não viu. O Coritiba precisava buscar o gol com a bola rolando e ela veio novamente com Rafinha, cruzando da direita, e Bill subindo mais alto e cabeceando para a rede. Em 19 minutos, a torcida foi da frustração à euforia, acreditou no empate, mas o tempo curto não foi suficiente para que a reação se concretizasse plenamente.