Couto Pereira tem só mais 10 anos de vida útil

Quando o projeto do novo estádio do Coritiba começou a ser discutido, a gritaria de parte da diretoria, conselheiros e torcida foi estridente diante da possível saída do Alto da Glória. Mas esta hipótese parece cada vez mais inevitável, queiram ou não os alviverdes.

Hoje, o Couto Pereira consome cerca de R$ 8 milhões ao ano somente em manutenção. E os valores tendem a aumentar gradativamente, conforme o estádio vai se deteriorando.

“O estádio tem vida útil de mais 10 anos, se tanto. Depois, o clube precisará de cerca de R$ 100 milhões para reformá-lo. É inviável”, afirma o vice-presidente Vilson Ribeiro de Andrade.

O dirigente descartou as chances de a nova “Arena Paratiba” ser erguida no espaço do atual Couto. Segundo ele, os investidores só teriam retorno financeiro com a construção paralela de torres comerciais, shoppings e área para shows equipamentos vetados pelo Plano Diretor da Prefeitura para aquela região da cidade.

E, de qualquer forma, o novo projeto mantém o estádio como patrimônio do clube. A dúvida é o que será feito dele. “É uma questão a ser discutida quando houver a real situação. Mas o importante é que não precisemos deixar nossa casa enquanto transcorrerem as obras. A transição será gradual”, explica Vilson.

Segundo ele, este período será útil para os coxas-brancas se acostumarem com a mudança. “Outros clubes, como Botafogo e Atlético-MG, também passaram por isso. A torcida vai acabar entendendo. O que ela mais quer é títulos e times competitivos”, afirmou o dirigente.

O novo estádio seria, também, crucial para o futuro do Paraná Clube. Embora charmosa e histórica, a Vila Capanema não oferece os serviços e o conforto cada vez mais necessários para atrair o torcedor/consumidor.

E um dos motivos da fuga da torcida. E além de não dispor de dinheiro para reformar a Vila, o Tricolor enfrenta interminável processo contra a extinta Rede Ferroviária Federal sobre a posse do estádio.