Revolução

Coritiba muda tudo e diretoria aposta em dupla que deu certo em rival

Presidente Samir Namur admitiu erros no planejamento, mas evita desespero no Coxa. Foto: André Rodrigues

Um dos presidentes mais jovens da história do Coritiba, Samir Namur tem encontrado dificuldade para achar um norte à frente do clube neste primeiro ano de gestão. Além dos erros evidentes nas contratações realizadas até agora e da falha no planejamento do departamento de futebol, há uma falta de clareza na ideia quanto ao comando técnico. O time coxa-branca apostou em Sandro Forner no início do ano, que veio das categorias de base, depois chegou Eduardo Baptista, com um pouco mais de nome, e agora deposita todas as suas fichas no também prata da casa Tcheco. O ídolo e ex-jogador do clube, que fazia parte da comissão técnica permanente do Verdão, formará trio com Márcio Goiano e Matheus Costa para tentar levar o Coxa de volta à primeira divisão.

A diretoria alviverde, na verdade, parece não ter definido um perfil de treinador para comandar o Coritiba na temporada. A bola da vez agora é Tcheco que, no ano passado, teve papel importante na conquista do acesso do Paraná à primeira divisão, trabalhando ao lado de Matheus Costa. Mas a aposta no ex-jogador tem fundamento. O agora comandante coxa-branca conhece bem o elenco e tem a empatia dos jogadores.

“Temos confiança no trabalho do Tcheco, por em outros momentos ter mostrado resultado aqui, inclusive no Paraná, em uma posição diferente, ele teve um resultado muito bom. Optar por um técnico de mais nome, de mais bagagem, haveria uma dificuldade para começar o trabalho do zero, de não conhecer elenco. Foi o tipo de decisão que não foi tomada por impulso. A gente colocou na balança e entende que, pelo conhecimento de elenco, pelo perfil, até pelo simplificador em medidas de termos táticos e técnicos, é o que precisamos no momento, mais que alguém que venha para ser escudo e para funcionar mais externamente do que internamente”, explicou Namur.

As mudanças recentes do Coritiba acabaram corrigindo a rota dos erros cometidos no planejamento do departamento de futebol. A reestruturação está em andamento e, segundo o presidente coxa-branca, Augusto de Oliveira, ex-diretor de futebol, e Pereira, ex-jogador do clube e responsável pela gerência de futebol, foram os maiores responsáveis pela fase ruim do clube até agora na disputa da Série B do Campeonato Brasileiro.

A decisão de demitir a dupla responsável pelo futebol coxa-branca já vinha sendo estudada há duas semanas. O empate sem gols com o Sampaio Corrêa, na última sexta-feira, somente três dias depois de Pereira e Oliveira concederem entrevista coletiva para fazer um balanço do primeiro turno do Coritiba na Série B, foi o estopim para todas essas mudanças. No entanto, mostrou também o quão perdida está a diretoria alviverde. Agora, um novo profissional deve chegar, mas que tenha a capacidade de ocupar as duas funções, de preferência com mais experiência no futebol com relação aos dois integrantes que deixaram o clube.

“Há duas semanas a gente vinha fazendo essa ponderação e culminou com a decisão de sexta-feira de que, nesse momento, o Coritiba tinha que estar em outro patamar, tanto de desempenho, quanto em posição. Eles não foram os únicos responsáveis, mas os principais responsáveis pela montagem do elenco. Demos todas as condições, dentro das diretrizes e esperávamos outro resultado”, frisou Namur, que explicou que o G5 não foi responsável por nenhuma contratação feita pelo clube nesta temporada.

“Eles respondiam pelo departamento de futebol, que não é o único culpado, mas o principal, pela simples circunstância prática. Em nenhum momento nós cinco (G5) indicamos algum jogador. Não aconteceu. Inclusive, atletas que foram oferecidos, analisados e que eu gostaria que fossem contratados não foram por decisão interna do departamento de futebol e da comissão técnica. Todos têm suas responsabilidades, mas por estarem à frente do departamento, eles são os principais responsáveis”, prosseguiu o cartola.

Agora com Tcheco no comando técnico, o Coritiba vai tentar escrever uma história mais convincente. Samir Namur confirmou as contratações do meia Carlos Eduardo, ex-Paraná, e do atacante Guilherme, que estava na Chapecoense. O mandatário alviverde voltou a culpar a crise financeira que o clube atravessa por alguns erros nas contratações, mas afirmou que esses dois jogadores, pela experiência, vão agregar e não vão sentir tanto a pressão na reta decisiva da Série B.

O Coritiba, na verdade, tem até o dia 10 de setembro para fazer novas contratações. Samir Namur admitiu que mais um ou dois jogadores podem chegar para reforçar o time comandado agora pelo técnico Tcheco. Se isso acontecer, o presidente coxa-branca garantiu que quem desembarcar no Alto da Glória terá um perfil mais experiente e capaz de chegar e ser titular do Verdão na sequência da Série B.

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“Pelo momento no campeonato, pelo segundo turno estar quase na reta final, além de imaginar uma oportunidade boa de mercado, de custo benefício, o atleta tem que vir com essa característica, de vestir a camisa, ser titular, que seja experiente. Sendo franco com nosso torcedor, eu falo que não temos nenhuma conversa, pois agora o momento é mais de análise da comissão técnica do nosso elenco, ver quais são as carências do momento e depois a gente passar para o segundo ponto que é de trazer mais uma ou duas peças”, arrematou Namur.

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