E azedou de vez o clima entre Coritiba e Athletico. O Coxa divulgou uma nota oficial recheada de críticas ao rival e também para o Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJDPR), que confirmou no início da tarde desta quarta-feira (30) a realização do clássico Atletiba com portões abertos e sem delimitação de espaço para a torcida alviverde. No texto, a diretoria afirma que teme confusões e afirma que “o sangue está nas mãos do CAP e do TJDPR”.

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A revolta do Conselho Administrativo do Coritiba, liderado pelo presidente Samir Namur, está no não cumprimento da liminar conseguida pelo clube na noite de segunda-feira, que obrigava o Athletico a ceder os ingressos e definir um espaço para os visitantes. “A desmoralização do TJD é causa direta da perda de credibilidade do campeonato, pois estimula todos os clubes a descumprirem as suas decisões”, diz o texto.

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A nota ataca o Furacão ao dizer que “um clube que se considera ‘acima de todos’ (da Federação, do Tribunal e dos outros clubes) rasga o regulamento para criar artifícios que impeçam o torcedor adversário de torcer com segurança e com a camisa do seu time”. O texto distancia novamente as diretorias dos clubes, que vinham em um processo de aproximação por conta de negociações de direitos de transmissão.

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O Coritiba cita a Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos, da Polícia Civil, para criticar o projeto de “torcida humana”, capitaneado pelo Athletico e com o apoio do Ministério Público do Paraná. “Uma simples consulta à DEMAFE mostra que a falácia da ‘torcida humana’ não funcionou, pois em 2018 foram diversas ocorrências com torcedores adversários na Baixada”.

Leia a nota na íntegra:

Por volta de 15h desta quarta-feira, fomos surpreendidos por decisão do presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) que acusa o descumprimento do CAP de liminar concedida na segunda-feira, sem tomar outras providências e, portanto, mantendo o Atle-Tiba de hoje da forma imposta pelo CAP, ou seja, sem espaço para a torcida visitante e sem os torcedores poderem trajar o uniforme e cores do Coritiba. 

A liminar, que obrigava o CAP a vender ingressos em local próprio para torcida visitante e que garantia o uso das cores e uniformes do Coritiba pelos seus torcedores, foi simplesmente ignorada. A desmoralização do TJD é causa direta da perda de credibilidade do campeonato, pois estimula todos os clubes a descumprirem as suas decisões. A partir de agora, disputa-se um campeonato sem justiça desportiva. 

Este Conselho Administrativo adotou posição intransigente de defesa dos interesses e direitos do torcedor Coxa-Branca, especialmente o de ter todas as garantias e liberdade para acompanhar o seu clube onde quer que seja. E assim será nos próximos dois anos, pois vamos às últimas instâncias e consequências para defender o nosso torcedor. 

O esporte e o futebol são espaço de proteção de direitos, de democracia e liberdade de expressão. Ter o torcedor adversário na arquibancada é da essência da competição e do clássico. Garantir a sua liberdade de torcer e segurança é cumprir o regulamento. E apenas um clube que se considera “acima de todos” (da Federação, do Tribunal e dos outros clubes) rasga o regulamento para criar artifícios que impeçam o torcedor adversário de torcer com segurança e com a camisa do seu time. Aliás, impedir que alguém vista determinada roupa e expresse torcida para alguém é medida típica de regimes autoritários; estes que normalmente descumprem decisões judiciais. 

Uma simples consulta à DEMAFE (Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos) mostra que a falácia da “torcida humana” não funcionou, pois em 2018 foram diversas ocorrências com torcedores adversários na Baixada. No Atle-Tiba de hoje, misturando as torcidas e coagindo centenas de Coxas-Brancas a, descaracterizados, se misturarem aos atleticanos, é praticamente certo um alto número de atos de violência. O sangue estará nas mãos do CAP e do TJD-PR.

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