Perto demais da ZR

Coritiba acumula erros e vai ficando pra trás no Campeonato Brasileiro

Rafael Longuine parte para a cobrança. Era para ser o lance da vitória, mas foi mais um momento de frustração no Couto Pereira. Foto: Albari Rosa

O Coritiba, por seus próprios defeitos, vai “escolhendo” uma briga neste Campeonato Brasileiro. E é, mais uma vez, a inglória luta para fugir do rebaixamento. O jogo de ontem deixou isso claro – jogando mal, errando pênalti e falhando na hora decisiva -, o Coxa perdeu para o Vitória por 1×0, viu o rival sair da ZR e terminou a rodada do Brasileirão na 15ª colocação, com 26 pontos, apenas um de vantagem para a Chapecoense, que abre o grupo dos piores times da competição.

Por mais que o campeonato esteja equilibrado, e uma vitória no Atletiba do dia 10 de setembro, na Arena da Baixada, possa até trazer de novo uma esperança de sonhar com posições melhores, o que ficou da partida do Couto Pereira foi a inconstância que marca o Coxa na temporada – na verdade, apenas naquela arrancada para o título paranaense e imediatamente depois, no ótimo início de Brasileiro, o time foi plenamente confiável. O normal, com Paulo César Carpegiani, Pachequinho e Marcelo Oliveira, é um time que mais erra do que acerta. E paga por isso.

Veja como foi o jogo no Tempo Real da Tribuna!

O jogo diante do Vitória tinha a importância de talvez dar um bico definitivo no risco, até pelo adversário. Consciente de que poderia armar uma surpresa jogando no erro do Coxa (afinal, fizera isso contra o Corinthians), Vágner Mancini deixou seu time preparado para a mínima falha alviverde. No primeiro tempo, teve uma chance, quando David foi parado por mais um milagre de Wilson. Na etapa final, teve outra – quando Rildo errou o corte, a defesa ficou olhando o chute de Ramon e Kanu ficou livre para marcar o gol da vitória no rebote.

E o Coxa? Teve oportunidades. Rafael Longuine começou bem o jogo, criou lances e até marcou um gol, mas o lance foi anulado pela arbitragem – erradamente, mas nenhum alviverde esboçou uma reclamação mais forte. Depois, apostando nas jogadas de linha de fundo de Léo e Rildo, algumas bolas na área, a superioridade da defesa do Vitória e um 0x0 que só poderia ser tirado do placar se algo especial ocorresse.

Até que veio o lance que poderia ter mudado o jogo – e esse texto. Rildo ganhou de Ramon, mas o lateral do Vitória tentou o carrinho e meteu a mão na bola. Pênalti. Eram 41 minutos do primeiro tempo. E o que aconteceu depois também explica por que o Coxa não consegue avançar no Brasileirão. Apesar de ser o capitão do time, o mais experiente e o responsável por marcar os gols, Alecsandro não pediu para bater o pênalti. Nem qualquer outro jogador que está no time desde o início do Brasileirão.

Sobrou para Rafael Longuine. Estreando, o meia assumiu a bronca de tentar abrir o placar. Mas errou, bateu à meia altura e viu Fernando Miguel fazer a defesa. Falha que custou caro.

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Assim como outra, do zagueiro Márcio. O destempero do jogador tirou outro gol alviverde. Quando só restavam os cruzamentos na área, num deles Longuine achou Alan Santos, o melhor em campo. A cabeçada foi indefensável, era o empate, mas o lance foi interrompido porque antes da bola chegar ao volante alviverde Márcio tinha dado um chute em Tréllez. Se aceitasse o empurra-empurra normal, o jogo terminaria 1×1. Como agrediu o atacante do Vitória, o zagueiro foi expulso.

Assim como Anderson, que entrou para resolver no segundo tempo. Bem no finalzinho do jogo, ele se enrolou com Yago e também levou o vermelho. Suspenso para o Atletiba, assim como Márcio e como Alecsandro (que levou o terceiro cartão amarelo). A derrota veio, melancólica como outras deste Brasileirão no Couto Pereira. E a torcida do Coritiba, preocupada com a ZR, deixou o Alto da Glória com uma pergunta na cabeça – será que Kléber consegue jogar o clássico?