Desde domingo o Coritiba vem inovando na área de acompanhamento cardiológico dos jogadores. Contra o Botafogo, o clube começou a usar uma espécie de camisa que fornece instantaneamente uma análise cardíaca dos atletas para uma central localizada à beira do gramado.
A primeira “cobaia” foi o técnico Dorival Júnior, que usou o aparato, mas foi apenas uma experiência, porque a exigência física de treinadores não é grande. O objetivo mesmo é ver o desempenho dos atletas em situações reais e isso já está em prática nos treinamentos. A intenção é usar em alguns jogos também.
“Tivemos uma visita de uma equipe de europeus, que veio lançar o equipamento no Congresso Brasileiro de Cardiologia, e fizemos uma parceria. É a primeira inserção em atletas de futebol aqui no Brasil e mesmo na Europa, já que foi feita uma tentativa no Porto, mas o equipamento vai ser efetivamente usado no Coritiba”, informa Raul Osiecki, fisiologista do Coxa.
De acordo com ele, além de fornecer a freqüência cardíaca, o aparelho, chamado Vital Jacket, faz uma análise do eletrocardiograma. “O nosso cardiologista, José Mauro Regula, vai ter mais recursos de análise dos atletas em situação real de jogo”, destaca.
E a estréia foi com Júnior, no domingo. “Ficamos logo atrás dele na arquibancada com o lap top funcionando e verificando o batimento cardíaco dele, o traçado eletrocardiográfico e também a freqüência cardíaca e o Dorival teve muita estabilidade durante o jogo e se manteve numa frequência média de 90 batimentos, pouco acima do nível de repouso, e a mais alta chegou a 114”, revela Osiecki.
Aprovado o uso, o clube passou a monitorar os atletas durante os treinamentos. “O teste de laboratório é extremamente importante e não deixa de ser realizado, e nós temos agora um algo a mais que é verificar o traçado do eletrocardiograma”, aponta.
Além do notebook já mencionado pelo fisiologista, o restante do equipamento é bastante simples e fácil de usar. “É uma camisa de lycra que tem um fácil poder de evaporação do suor e dentro dessa camisa tem conexões onde são presos os eletrodos, e o sensor que recebe os dados é muito pequeno e tem condição de armazenar até 72 horas de gravação”, explica o fisiologista.
Com isso, a camisa pode ser usada pelos jogadores não só nos treinamentos como em outros períodos do dia, para se verificar o ritmo do atleta em outras situações.