Coritiba vive sua melhor fase nos últimos anos

Com a partida de domingo, o Coritiba chegou aos cinqüenta jogos em 2003 com o melhor aproveitamento dos últimos anos.  Ao contrário de temporadas passadas, quando a equipe se sobressaía em apenas uma competição, o Coxa conseguiu aproveitamento regular em todo o período, e consegue com isso, números expressivos. Entrando no décimo mês do ano (o mês de seu aniversário), o Cori tem uma média de apenas uma derrota por mês.

Isso mesmo. Foram nove derrotas em todo o ano, que completadas com as 29 vitórias e doze empates, formam o retrospecto alviverde. Não fosse o fraco desempenho na Copa do Brasil, quando foi eliminado para o Ituano, 2003 talvez fosse o melhor ano da história coxa, olhando pela frieza dos números.

Comparados com os dois últimos anos, a campanha alviverde é ainda mais expressiva. O aproveitamento coxa nessa temporada chega a 66%, muito superior ao que se conseguiu em 2000 (52,54%), 2001 (52,58%) e 2002 (44,65). E, neste ano, o Coritiba ainda vai disputar mais jogos, chegando ao final do campeonato brasileiro com 63 partidas disputadas. Só não atingirá a marca de 2001 porque o time daquele ano jogou a Copa dos Campeões, chegou na semifinal da Copa do Brasil e na decisão da Sul-Minas.

Além disso, o artilheiro de 2003 é bem mais destacado que o do ano passado. Até agora, Marcel marcou 27 gols (somando-se os marcados nos amistosos contra Rio Branco e Avaí), enquanto em 2002 o maior marcador foi Liédson, com 14 – marca que já foi atingida por Edu Sales, bem antes do final da temporada. Depois, vêm Lima com 13 e Tcheco com 11 gols.

Por sinal, é o meio-campista, hoje no futebol da Arábia, o único jogador que marcou gols nesse ano que não está mais no clube. De resto, os outros vinte marcadores permanecem no Alto da Glória. É a prova da mudança de filosofia do Coritiba, que apostou no planejamento anual, e na manutenção do comando do futebol e da comissão técnica. Paulo Bonamigo já treinou o Coritiba em 86 partidas, e termina o ano com 99, caso o clube jogue apenas as treze partidas restantes do brasileiro. O retrospecto do treinador é o seguinte: 43 vitórias, 20 empates e 23 derrotas, com o time marcando 150 gols e sofrendo 96 (aproveitamento de 57,75%).

Centenário

Seguindo a média de gols (1,86 por partida), o Coritiba chega aos cem gols na temporada no dia 27 de outubro, na partida contra o São Caetano, no estádio Anacleto Campanella. Apesar dessa boa média, em 2000 – apesar das más campanhas – houve melhor rendimento ofensivo, marcando 115 gols em 59 partidas, com uma média de 1,95.

Time quer mais que a vaga na Libertadores

As chances se abriram ainda mais para o Coritiba. A definição da CBF em dar ao quarto colocado do campeonato brasileiro uma vaga na Taça Libertadores coloca o Coxa, segundo lugar da competição (empatado com o Santos) em posição privilegiada para chegar pela segunda vez ao torneio interclubes mais importante do continente. Só que o técnico Paulo Bonamigo e os jogadores alviverdes garantem que o objetivo não mudou – a luta é pela conquista do título brasileiro.

O treinador coxa é o primeiro a descartar a comemoração antecipada. Segundo ele, não se pode perder o foco na reta final do Brasileiro. “É muito bom que a CBF tenha tomado essa posição, mas não queremos pensar só nisso. Nem devemos pensar só nisso, nosso desejo é conquistar o título brasileiro. Meu alvo é o Cruzeiro”, garante o técnico. “Quanto mais perto estivermos da liderança, aumentam as chances de ser campeão e de chegar na Libertadores”, completa o meia Jackson.

E Bonamigo acredita que o líder disparado do Brasileiro (o Cruzeiro tem oito pontos na frente sobre Santos e Coritiba) não vai ter facilidades nas treze rodadas restantes. “Vai chegar a hora em que eles vão fraquejar. E nós temos que estar perto, com chances de aproveitar algum tropeço deles”, comenta o treinador alviverde. Para isso, é importante vencer o jogo contra o Guarani, domingo, às 16h, no Estádio Brinco de Ouro. “Nós precisamos muito dessa vitória”, resume o técnico.

Nesse jogo, o Cori terá a mesma formação da partida contra o Paysandu. Ele fez uma mudança tática visível na equipe – Roberto Brum, que estava se soltando para o ataque nos últimos jogos, foi fixado na primeira função do meio-campo. “Nós precisamos acertar a marcação, porque o adversário vai jogar em cima e tem uma ótima campanha em casa”, explica o treinador.

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