Coritiba vence amistoso contra o Caxias

Ué, mas tem jogo hoje? Era o que algumas pessoas deveriam estar se perguntando ao andar pelas proximidades do estádio Couto Pereira, na tarde de ontem.

Até quem chegava no Alto da Glória se surpreendia com o que via, porque três mil pessoas estavam esperando para o primeiro contato com a nova equipe. Ainda não foi o time esperado, mas o Coritiba derrotou o Caxias (de Joinville) por 2 a 0 no jogo-treino, com um gol dos titulares e outro dos reservas.

Claro que a grande maioria estava lá para ver Lúcio Flávio, mas eles tiveram uma decepção. Com bolhas no pé direito, ele foi poupado pelo técnico Paulo Bonamigo.

Sem dois titulares, Bonamigo colocou em campo a seguinte formação: Fernando; Edinho Baiano, Picolli e Juninho; Reginaldo Nascimento, Roberto Brum, Reginaldo Araújo, Adriano e Alexandre Fávaro; Da Silva e Genílson. A equipe mais uma vez demonstrou dificuldades em atacar um adversário retrancado, e algumas vezes ficou pendendo para a esquerda – já que Adriano, Da Silva e Alexandre Fávaro tabelavam pelo setor.

Mas a torcida não encarou os problemas como em um jogo normal, e aplaudia as boas jogadas da equipe – por ser um jogo-treino, os torcedores mais acompanhavam o jogo que realmente torciam. E o único gol do trabalho aconteceu quando Da Silva fez jogada individual e chutou da entrada da área, abrindo o placar e comemorando com os que estavam nas cadeiras inferiores. Na segunda etapa, Fernando Mello aproveitou o cruzamento de Marcel e determinou o resultado final.

Só falta acertar um goleiro

A diretoria do Coritiba reuniu-se na noite de terça e definiu algumas diretrizes para a disputa do campeonato brasileiro. Ontem já se viam pequenas mudanças no elenco – que deverá ser reduzido a trinta jogadores. O atacante Robenildo não terá seu contrato renovado e alguns atletas podem ser emprestados. E para fechar o elenco, falta apenas um goleiro.

E o prazo limite para a vinda do goleiro é o início do Brasileiro. “Não é necessário entrosamento para quem vier, por isso temos mais tempo para negociar e escolher o melhor jogador”, disse o secretário Domingos Moro. Há duas correntes para a contratação – ou se traz um jogador jovem (entre 19 e 20 anos) ou um atleta mais experiente (o que deve acontecer).

De resto, já se fechou o elenco alviverde. “Vamos trabalhar com no máximo trinta atletas. Neste momento, o grupo está superdimensionado”, explicou Moro. Além da saída de Robenildo, que encerrou seu vínculo com o clube ontem e não o terá renovado, o volante Darrigo não aprovou e não será contratado. De outra parte, o volante Erick e o zagueiro Nivaldo aprovaram e devem permanecer no clube.

Mas, para fechar o grupo, ainda serão necessárias outras saídas. E é muito provável que jogadores que façam parte do elenco sejam emprestados. “Nosso pensamento é dar experiência a alguns jogadores”, afirmou Moro, que não quis declinar quais jogadores seriam. “Qualquer coisa que for falada não passa de especulação. Não existe lista no Coritiba”, disse.

Amistoso

Pode ser confirmado hoje o primeiro jogo do novo Coritiba. O acerto com o Internacional está adiantado, e a partida aconteceria domingo, no Alto da Glória. “Estamos aguardando a palavra final do Inter”, disse o coordenador técnico Sérgio Ramirez. Outro possível adversário seria o Caxias, em jogo que aconteceria durante a próxima semana.

Novo clima entre os coxas

Alto da Glória, final de maio. A crise era iminente. Os fracassos na Copa Sul-Minas, Copa do Brasil e no Paranaense não deixavam dúvidas – o ano do Coritiba era, até aquele momento, terrível. A torcida cobrava, a diretoria penava para conseguir honrar os compromissos financeiros.

Alto da Glória, final de junho. O clima é dos melhores no Coritiba. A diretoria acerta a mão e contrata Tcheco, Edinho Baiano, Genílson e Lúcio Flávio, jogadores aprovados pela torcida e pela crítica. Enquanto os rivais sofrem com problemas, o Cori nada em águas calmas, surpreendente para quem acompanhou o clube em todo 2002.

Não havia problemas de relacionamento desde a saída de Joel Santana, mas era óbvio que o ambiente no Cori vivia carregado, devido às péssimas campanhas. Agora, a história é diferente. “Desde que cheguei aqui, nunca vi essa expectativa positiva antes de um campeonato”, confessa o capitão Picolli, iniciando sua terceira temporada no clube. Mas a euforia só apareceu depois da contratação de Lúcio Flávio. “O grupo está muito confiante”, registra o meio-campista. Nem mesmo a disputa de posições afeta o clima favorável.

A animação é positiva (mais ainda para quem viveu só de problemas no primeiro semestre), mas não se pode misturar com o frisson da torcida ou se transformar em soberba. “Nós precisamos ter muito cuidado agora, porque é o momento de canalizar essa força para as vitórias. Só que as vitórias não acontecem na véspera”, adverte Picolli, com a moral de capitão da equipe.

Voltar ao topo