Coritiba valoriza virtudes da vitória, mas Cuca alerta o time

"Em uma partida como essa, por mais que você tenha erros, as virtudes ficam mais importantes?. O técnico Cuca tem consciência que o Coritiba não foi um time perfeito, mas ao mesmo tempo sabe o quanto vale a vitória no clássico contra o Paraná para a seqüência do Campeonato Brasileiro. A força tática e física do time foi decisiva para o resultado – e está aí a fórmula para as próximas rodadas.

?Nós não desistimos um minuto sequer e isto foi fundamental para a nossa vitória?, comenta o centroavante Tiago, que marcou o primeiro gol alviverde no domingo. Cuca, que definiu a partida como ?frenética?, reconhece que o time teve dificuldades, a maioria delas criada pelo Paraná. ?Nós enfrentamos uma equipe muito boa, que sabe jogar e é muito bem armada taticamente. Eu sabia que seria muito complicado?, admite.

Mas, para o técnico, o melhor foi ver a capacidade do Cori dentro do jogo. ?Fizemos por merecer o resultado. Houve chances de gol dos dois lados, só que o Coritiba teve a bola do jogo com o Ricardinho, o lance da bola na trave e outras oportunidades muito boas. Se formos ver o total de chances de gol, nós tivemos a maioria?, garante o comandante coxa.

Foi importante, na visão do treinador, a dedicação do time ao trabalho tático. Ele destacou, principalmente, o rendimento dos alas Jackson e Ricardinho, que foram considerados pelo técnico paranista Lori Sandri os destaques da partida. ?Eles fizeram a parte deles. O Ricardinho foi eficiente pelo lado do campo e também pelo meio, tanto que teve o lance da partida. E o Jackson foi bem na marcação e na criação?, avalia. ?Eu sabia, no momento que o Cuca falou comigo, que eu tinha condições de cumprir a tarefa que ele me pediu?, completa Jackson.

Cuca só ficou preocupado com os erros de finalização – citando algumas vezes o lance do ala-esquerdo. ?Ali o Ricardinho achou que estava soberano no lance e acabou perdendo. Temos que saber marcar o terceiro gol, porque pode fazer falta em outras partidas?, alerta o técnico. ?Eu pensei que tinha sido marcado o impedimento?, justifica o lateral. ?Faltou um pouco de tranqüilidade ao time?, reconhece Tiago. ?Mas nós criamos outras situações, que foram os lances de bola parada?, completa o treinador (ver matéria).

No cômputo geral, entretanto, o Coritiba saiu fortalecido do clássico – venceu e voltou a se aproximar do primeiro pelotão do Brasileiro. Com treze pontos, o Coxa é o oitavo colocado, a três pontos do Corinthians, que é o quarto na tabela. ?É a prova que podemos chegar na Libertadores e, por que não, no título?, arrisca o presidente Giovani Gionédis. ?Acho que tivemos uma partida muito boa em todos os pontos de vista. Claro que não foi tudo certo, mas foi altamente positivo?, finaliza Cuca.

Bola parada vira uma das armas do alviverde

Depois de um Brasileiro de quase 0% de aproveitamento, o Coritiba volta a ter as jogadas de bolas paradas como importantes opções de gol. Nos últimos dois jogos, foram três gols de falta, dois marcados por Marquinhos e um por Ricardinho, o da vitória contra o Paraná. O lateral, por coincidência, marcou o único gol coxa desta forma em todo o segundo semestre de 2004.

E é ele o jogador que mais trabalha esta jogada. ?Eu fico muito feliz de ver um rapaz trabalhando a semana inteira e sendo premiado no jogo?, festeja o técnico Cuca. ?Quem vai aos treinos sabe o quanto eu treino as cobranças de falta. E eu faço isto para que, nas partidas, eu e o Coritiba sejamos recompensados?, comenta Ricardinho. Ao lado dele, está Marquinhos, que já fez três gols de falta na temporada – além dos dois contra o Vasco, um no primeiro jogo do Campeonato Paranaense, na vitória sobre o Engenheiro Beltrão.

Para Cuca, o Cori não só teve os gols como recompensa. ?Nós estamos criando jogadas importantes nestas bolas paradas. Tivemos, contra o Paraná, chances boas de marcar em lances laterais?, lembra o técnico, que é ?obcecado? por esse tipo de jogada. ?Nós fazemos o máximo para que dê tudo certo nas partidas. E para conseguir isto é preciso trabalho, trabalho e mais trabalho?, resume.

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