Coritiba tenta manter a invencibilidade defensiva

Coritiba, quarto lugar, 33 pontos. Ponte Preta, vigésimo lugar, 20 pontos. Apesar da grande diferença, ninguém no Alto da Glória prevê facilidades no jogo de amanhã, às 16h, no estádio Moisés Lucarelli. O técnico Paulo Bonamigo alertou o trio de zagueiros sobre a velocidade do ataque adversário – será um teste e tanto para uma defesa que não sofre gols há dois jogos.

Com exatidão, são 246 minutos de invencibilidade: a última vez que a meta de Fernando foi vencida data de 9 de julho, quando, aos 21 minutos do primeiro tempo, Jean marcou o segundo gol do São Paulo. Dali para frente, a barreira formada por Danilo, Edinho Baiano e Reginaldo Nascimento conseguiu passar incólume por Corinthians e Fluminense. “Nós temos uma estrutura defensiva muito boa”, comenta o técnico Paulo Bonamigo.

O treinador é o grande avalista da trinca, que se “estabilizou”, como ele gosta de falar. “Tenho confiança no meu setor defensivo. Eles vêm se postando muito bem nas últimas partidas, e isso fez com que não tomássemos gols nos últimos jogos”, elogia Bonamigo. “Eles estão se entrosando ainda mais, e com isso já encontraram o posicionamento correto”, completa.

E o mais novo dos titulares da defesa é um dos ?xodós? de Bonamigo. Danilo ganhou em definitivo a vaga de Odvan (que sequer integra a delegação que segue amanhã para Campinas) e está ?aprendendo? com os experientes companheiros. “Cada jogo é uma lição que eu tenho com eles. Tenho segurança para jogar porque eles me dão muita tranqüilidade . É ótimo atuar com os dois”, comenta.

No jogo de amanhã, entretanto, o trio deverá ter trabalho. “A Ponte tem dois jogadores de velocidade, que trabalham a bola para o Fabrício, que é um centroavante de porte”, adverte Danilo. “Acho que eles vão aprontar uma correria”, complementa Reginaldo Nascimento. “Eles têm o Adrianinho, que é um jogador de muita qualidade”, reitera Edinho Baiano. Bonamigo pede aos zagueiros muita atenção, mas bota fé na trinca. “Eles também são rápidos”, garante.

Armado

Não houve sequer coletivo. Mas foi pela falta de tempo e pelo cansaço dos jogadores: o técnico Bonamigo preferiu reduzir o ritmo dos treinamentos nesta semana, já que os jogos sucessivos desgastaram o elenco. E ele não tem dúvidas para escalar o Cori para o jogo de amanhã. Sem Roberto Brum, que cumpre suspensão automática, o treinador confirmou Willians na primeira função do meio-campo. A formação coxa para enfrentar a Macaca conta com Fernando; Ceará, Danilo, Edinho Baiano e Lira; Reginaldo Nascimento, Willians, Tcheco e Lima; Edu Sales e Marcel.

Lira vira sombra de Adriano

Olhando para a equipe do Coritiba, o ?estranho no ninho? é o lateral Lira. De todos os jogadores que passaram pelo time titular na temporada, ele é o que menos atuou. Mas isso não prejudicou o desempenho dele, ou mesmo o rendimento do time. Aposta do técnico Paulo Bonamigo, Lira não deixou passar a terceira chance de emplacar na equipe profissional. E se torna, de vez, o concorrente direto de Adriano.

As primeiras oportunidades de Lira na lateral coxa vieram entre o final de 2001 e o início do ano passado. Ivo Wortmann e Joel Santana o testaram, numa disputa de posição com Badé (que está sem clube). O jogador subira recentemente para o time profissional, e a adaptação na lateral não foi das melhores: ele era meio-campista na equipe júnior, e as suas atuações eram inconstantes.

Após Paulo Bonamigo assumir a equipe, Lira não teve muitas chances, já que Sérgio Manoel e Adriano ocuparam a ala-esquerda em 2002. O jovem lateral ganhou a confiança da torcida, o apoio do técnico e o reconhecimento nacional. Tanto que, em março, ele foi convocado para a seleção brasileira sub-23 que iria disputar o Torneio do Catar.

Era a segunda chance de Lira -Adriano ficaria fora das semifinais e da primeira partida da final do campeonato paranaense. Ele chegou a treinar entre os titulares no início da preparação para os jogos contra o Londrina, mas uma lesão o fez perder a oportunidade, que foi dada a Ricardo Ceará, que jogou até o retorno do titular.

Adriano voltou a ser convocado, desta vez para a Copa Ouro, e tudo se desenhava para a utilização de Leandro, que fora contratado junto ao Malutrom justamente para ser o imediato na esquerda. Mas Bonamigo retomara a confiança em Lira. “Senti que teria uma oportunidade quando ele me chamou para conversar em separado”, conta o jogador.

Mais forte fisicamente que em 2001, Lira conseguia aliar a técnica com a explosão, e Bonamigo percebeu que poderia ter um “médio-ala” pela esquerda. “Não tenho aquela força que o Adriano tem, aquele arranque. Mas tento compensar com o toque de bola”, explica o jogador.

Voltar ao topo