Coritiba tem até lema para chegar na Libertadores

“Coritiba na Libertadores. Eu acredito.” A partir de agora, este é o lema alviverde até o final do campeonato brasileiro.

Se o pontapé inicial do processo de mobilização foi dado na segunda, na noite de terça ele esquentou com a reunião do secretário Domingos Moro com a comissão técnica e jogadores, em uma chácara em Quatro Barras. O dirigente assumiu o comando do projeto com criatividade e astúcia.

Moro tinha consciência que não era necessário apenas motivar. “O grupo perdeu aquela confiança. Nos dois últimos jogos, o time sentiu, e ficou irreconhecível”, confessa o técnico Paulo Bonamigo. Era preciso também uma cobrança. “A gente tinha que lavar a roupa suja”, diz o volante Reginaldo Nascimento.

Só que há maneiras e maneiras de se cobrar. Por isso, foi montado um “cenário”, com montagens de páginas de jornais e fotos dos principais momentos do Cori na temporada. “Armamos uma surpresa para eles”, diz Domingos Moro. Depois, os jogadores realizaram atividades motivacionais, supervisionadas pela psicóloga Flávia Focaccia. “Ela deu uma importante contribuição ao nosso encontro”, elogia o secretário, que confirmou a presença da psicóloga na delegação coxa que viaja para enfrentar o São Paulo, domingo, às 18h, no Morumbi.

Para completar, Moro entregou um texto, quase um acróstico com a palavra Libertadores. Cada letra ganhou um significado: lucro, interesse, benefício, evolução, reconhecimento, trabalho, acreditar, desafio, orgulho, renúncia, esperança e solidariedade. Tirando a primeira letra de cada palavra citada, chega-se a Libertadores. “É um processo moderno de motivação, usado em grandes empresas, e que o Coritiba também está adotando”, explica o secretário coxa.

Mais tranqüilos e animados, os jogadores expressaram seus sentimentos, e abriram o jogo. “Todo mundo sabe que há um desgaste natural em uma competição de nove meses. Só que o Coritiba tem uma vantagem: o elenco é muito bom, e sabe que precisa estar junto para chegar ao principal objetivo”, comenta Bonamigo, que sequer pensa em ficar apenas com a vaga já assegurada na Copa Sul-Americana. “Nós pensamos alto”, diz.

Da forma que a reunião (que acabou em churrasco) foi conduzida, todos foram unânimes em apontar benefícios. “Foi espetacular, uma coisa importantíssima”, elogia Roberto Brum. “A conversa foi positiva, e acho que vamos ter os frutos dela já na partida contra o São Paulo”, acredita Marcel. “Nós entramos em um período de mobilização, e esse início foi ótimo. Todo mundo saiu consciente do que precisa fazer”, completa Bonamigo.

E todo mundo também saiu com a camiseta que tem os dizeres “Coritiba na Libertadores. Eu acredito”. Brum, Moro e o coordenador técnico Sérgio Ramirez a envergaram ontem, no CT da Graciosa, e houve quem já imaginasse que ela poderia ser comercializada. “O importante não é a venda, e sim a idéia. Nós estamos transmitindo essa confiança, porque se estamos há 27 rodadas entre os cinco primeiros, tenho certeza que permaneceremos nessa situação nos sete jogos restantes”, finaliza Domingos Moro.
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Paulo Bonamigo opta pela volta do 3-5-2

Mudar para não mudar. O caráter da frase é filosófico, evoca pensadores de outrora. Mas o pensamento do técnico Paulo Bonamigo é retomar o sistema de jogo que mais deu certo na partida de domingo contra o São Paulo. Para o treinador, o intuito é dar mais segurança aos jogadores, remontando uma tática que todos conhecem, e que utilizam desde que Bonamigo chegou ao Alto da Glória.

Os primeiros passos do 3-5-2 do Coritiba vêm de antes, do time de Ivo Wortmann em 2001. Mas Bonamigo usa um sistema diferente, com a entrada de Reginaldo Nascimento na zaga – e é assim que o time jogará em São Paulo. “Eu preciso dar tranqüilidade para os meus jogadores. Eles já se acostumaram a jogar com um na sobra, com laterais apoiando e com essa postura tática”, justifica o técnico.

Ao lado de Nascimento, Bonamigo deve colocar em campo Odvan (que volta após suspensão) e Edinho Baiano. Há ainda a hipótese da utilização de Danilo, mas esta é remota. O zagueiro ainda se recupera de uma fratura no nariz, e ainda demonstra certo receio em jogadas aéreas. “O tempo previsto para a recuperação é de duas semanas, e esse prazo se encerra no domingo”, explica o médico William Yousef. Danilo até treinará amanhã, mas o tempo é considerado exíguo por Bonamigo.

Para jogar com três zagueiros, Bonamigo abdica de Djames, e mantém Ceará na ala-direita. No meio, Roberto Brum (que não treinou ontem) terá a companhia de Jackson e Souza, que ganhará nova oportunidade após a boa presença contra o Santos. Ele ocupa a vaga aberta por Willians, que levou o terceiro cartão amarelo no sábado e terá que cumprir suspensão automática. Pepo, que era um dos candidatos à vaga, fraturou a mão e fica três semanas parado.

No ataque, Edu Sales permanece ao lado de Marcel, outro que não treinou ontem (com uma torção no tornozelo, ele foi poupado). Bonamigo acredita que Edu possa ser uma importante opção ofensiva, assim como foi na vitória sobre o Corinthians no primeiro turno – o jogo foi realizado no Morumbi, mesmo local da partida de domingo. Assim, a provável formação coxa para enfrentar o São Paulo conta com Fernando; Ceará, Odvan, Edinho Baiano e Adriano; Reginaldo Nascimento, Roberto Brum, Jackson e Souza; Edu Sales e Marcel.

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