Coritiba também vai se reapresentar esta tarde

O ano novo começa com um dia de atraso no Coritiba. O elenco se reapresenta esta tarde ao técnico Paulo Bonamigo, iniciando para valer a preparação para a temporada, que tem três torneios (até segunda ordem) – campeonato paranaense, Copa do Brasil e campeonato brasileiro. Em tese, é um calendário mais racional, mas que exigirá muito dos clubes e dos jogadores. Por isso a preparação antecipada.

Olhando para o que vem pela frente, o Cori tem já garantidos no mínimo 55 partidas, considerando somente as fases iniciais do Paranaense e da Copa do Brasil. Dessa maneira, o clube já fará, de saída, mais partidas do que fez ano passado (em 2002, foram 49 jogos, já somados os amistosos). Isso exige uma estrutura e um planejamento que raramente os clubes brasileiros tiveram em sua história.

Pensando nisso, a diretoria e a comissão técnica do Cori anteciparam não só esse retorno de hoje como a reapresentação de dezembro, que serviu para agilizar a preparação física. Os jogadores foram orientados a não cometer excessos, mesmo na semana entre Natal e réveillon. “Cada jogador teve orientações individuais para evitar algumas situações”, resume o preparador físico Róbson Gomes.

E se na primeira fase da pré-temporada não foram realizados exames médicos e testes físicos, a partir de agora o elenco será avaliado, em um trabalho comandado pelo fisiologista Alfredo Borba. Dessa série de avaliações se terá uma base do que precisam os jogadores e de quanto tempo necessita a preparação física para deixar o grupo pronto para a estréia no Paranaense, no dia 26, contra o Prudentópolis.

E o técnico Paulo Bonamigo também espera por essas avaliações, já que pretende trabalhar dez dias a parte tática. “Como a boa parte do elenco já conhece o trabalho e o estilo de jogo, temos então que rearrumar as peças do time”, explica o treinador coxa. Na verdade, os trabalhos táticos serão importantíssimos para os reforços recém-contratados: o goleiro Fernando Vizotto, o zagueiro Fabrício e o meia-atacante Almir.

Além deles, podem chegar nos próximos dias dois atacantes. Ex-jogador do Paraná Clube e do Grêmio, Adriano Chuva, é hoje o nome mais cotado, superando inclusive Tuta, que era o primeiro nome da diretoria – as primeiras sondagens ao centroavante indicaram uma pedida salarial fora do patamar coxa. Com isso, outros nomes surgem, e um deles é o de Fernando Baiano, que disputou o campeonato brasileiro pelo Internacional. Sérgio Alves, que estava no Guarani, também está na lista coxa.

Clube espera virar empresa já em março

O ano novo será, provavelmente, o mais importante da história do Coritiba – para o bem ou para o mal. O projeto Coxa S/A será lançado em março, e dele pode se derivar a solução financeira e administrativa que o clube procura há tempos. Para isso, a diretoria conta com a força do mercado acionário, o interesse de investidores e, principalmente, o apoio da torcida, que será fundamental nesta empreitada.

Com um caráter até fatalista, o presidente Giovani Gionédis, avisou ainda em junho, quando citou pela primeira vez o projeto. “Essa será a chance da vida do Coritiba. Se não der certo, o clube vai morrer”. E ele repetiu mais vezes essa frase, tentando deixar claro que a iniciativa é decisiva não só para sua gestão, mas também para o futuro do clube.

Dentro da administração do clube, Gionédis já fez o que poderia fazer. Cortou investimentos, terceirizou serviços, demitiu quase oitenta funcionários, reduziu os gastos no futebol e proibiu contratações ‘malucas’ – e dispensando inclusive Evair, que tinha o maior salário do clube. Agora, não há o que ser feito, pois o Coritiba trabalha no limite do aceitável.

Por isso a arriscada tentativa. Apesar de estar na contramão dos outros clubes, que querem evitar a transformação em clube-empresa, o Coritiba está pronto para inclusive colocar ações à venda na bolsa de valores, restando somente o último aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O projeto quase foi lançado no ano passado, mas alguns detalhes do estatuto do Coritiba Futebol S/A ainda não tinham sido ajustados.

Agora, a data-limite deve ser cumprida. “Até março vamos lançar o projeto”, diz o presidente coxa. Ele somente não adianta o ‘doce’ que pretende oferecer aos torcedores e investidores. Mas especula-se que o tal ‘doce’ envolve facilidades no estádio Couto Pereira, que deve receber reformas neste ano. (CT)

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