A posição do Coritiba sobre a injeção de dinheiro público nas obras de adequação da Arena da Baixada repercutiu, e chegou até Brasília. O ministro dos esportes, Aldo Rebelo, foi categórico ao afirmar na manhã de ontem que o clube também será beneficiado com a vinda da Copa do Mundo para Curitiba, sem, contudo, especificar como o evento favoreceria o Alviverde, se com uma linha de crédito ou isenção fiscal para que o clube possa viabilizar o novo terceiro anel do Couto Pereira ou o CT de Campina Grande do Sul. “No caso de Curitiba, o Atlético credenciou-se à construção do estádio. O Coritiba é um clube grande, de tradição. Eu visitei por duas vezes o Couto Pereira, onde há também projetos de ampliação, além de um novo centro de treinamentos para o clube. Vejo que a Copa do Mundo vai beneficiar os dois grandes clubes do Paraná”, disse o ministro.
No entanto, a diretoria do Coritiba rebateu com ironia a declaração. “Não tomei conhecimento da declaração do ministro, mas isso é um absurdo”, disse o presidente do clube, Vilson Ribeiro de Andrade. Na visão do dirigente, não apenas o Coritiba não será beneficiado com a realização da Copa em Curitiba, mas nenhum outro clube do Estado, além do Atlético. “Não vejo desta forma. Não há a menor possibilidade do Coritiba, e nenhum outro clube do Estado, ser beneficiado, a não ser o Clube Atlético Paranaense, única e exclusivamente”, enfatizou Vilson Ribeiro.
De acordo com Aldo Rebelo, não há qualquer ilegitimidade no processo de concessão de crédito ao Atlético. Rebelo, inclusive, assegurou que o BNDES não emprestou recursos a nenhum clube do futebol brasileiro – em alusão à intermediação da Agência Fomento do Paraná -e que o empréstimo foi feito àqueles que tinham garantias a oferecer. “O BNDES não emprestou dinheiro a nenhum clube. Os recursos são empréstimos, concedidos com todas as garantias de mercado àqueles que tinham garantias a oferecer. E o empréstimo não é dado ao Atlético”, concluiu, sem, no entanto, convencer o Coritiba.